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CRIANÇAS E ESPAÇOS: BRINCADEIRAS COTIDIANAS EM GOIABEIRAS, VITÓRIA/ES
Isabella Souza Rodrigues, Ileana Wenetz

Última alteração: 2018-08-29

Resumo


Utilizamos como referenciais os Estudos Culturais, Feministas e da Sociologia da Infância e buscaremos problematizar a relação das crianças com o espaço público no bairro Goiabeiras em Vitória/ES. Usando autores como Sarmento, que afirma, ao dizer que “a infância está em processo de mudança, mas mantém-se como categoria social, com características próprias” (2004, p.10), características como a ludicidade, que “constitui um traço fundamental nas culturas da infância” (p.15); características também citadas por Alves (et.al), ao dizer que “brinquedos, brincadeiras e jogos são maneiras de vivenciar o lúdico” (2014, p.198). Nessa linha Sartori complementa, “compreendemos o brincar e/ou jogar da criança como uma prática social essencial na e da infância, na qual se desenvolvem inúmeros processos educativos” (2015, p.402). O estudo objetiva mapear os diversos espaços lúdicos, parques ou praças no bairro de Goiabeiras e descrever como acontece a participação das crianças (meninas e meninos) nos diferentes espaços e quais apropriações elas fazem, assim como, identificar quais narrativas eles/elas utilizam e quais sentidos as crianças atribuem a suas práticas. O desenvolvimento da pesquisa (em andamento) se dá através da etnografia, na qual além dos diários de campo serão realizados questionários e conversas informais com os participantes. No intuito de delimitar nossos locais de pesquisa, foi elaborado o mapeamento do bairro Goiabeiras, encontrando um total de cinco (05) espaços: Associação das Paneleiras; Praça 3 de Maio e Praça Darcy José de Sá Filho; Praça Francisco P. Nascimento; Praça da Família e Campo de Futebol soçaite. Após visitas de campo, elegemos a Praça 3 de Maio como local específico, pelo maior número de brincantes. A respeito das praças, Silva (et.al.) acrescentam que “são um dos mais característicos exemplos de espaços livres, são unidades urbanísticas fundamentais para a vida urbana, configurando-se como locais para a prática de lazer passivo e ativo” (2012, p.199), acrescentam, ainda, que as praças “têm presença marcante na composição das cidades, [...] representando importantes elementos, tanto históricos como culturais” (p.199).
A Praça 3 de Maio e Darcy José de Sá Filho conta com parquinho infantil, composto por um campo de areia contendo sete (07) brinquedos, local arborizado, academia popular, academia da terceira idade (ATI) com atividade instruída, quadra e espaços livres. É próximo à escola municipal Jacyntha Ferreira de Souza Simões; devido tal fato, algumas crianças ao saírem da mesma, acompanhados de seus responsáveis, ou não, param na praça para brincar nesse espaço; dentre as praças do bairro, a eleita, obtém maior variedade de brinquedos; além disso, a praça também é um local de comércio alimentício à noite, o que concorda com Zorzi, ao destacar que “na atualidade as praças muitas vezes apresentam-se com apropriações diferentes daquela consagrada na história” (2015, p.132). Problematizaremos como se dividem as crianças por gênero. Wenetz (et al., 2013), já explica qual o objetivo ao abordar a discussão de gênero, ressaltando que “observar ou mapear as construções sobre o gênero e a sexualidade entendidas como naturais para definir um jeito de ser menina e um jeito de ser menino permitem desnaturalizar as lógicas subjacentes sobre a construção de masculinidades e feminilidades” (p.126), foi observado em campo que, independente do sexo (masculino ou feminino), quando estão no parquinho, as crianças brincam sem separação, inclusive, reúnem-se para combinar uma mesma brincadeira sem separar meninos de meninas, o que contradiz, em partes, Menezes e Brito, quando apontam resultados de sua pesquisa, revelando que as crianças tendem a escolher parceiros de brincadeiras do mesmo sexo (2013).

Palavras-chave


Infância; Ludicidade; Espaços Públicos; Apropriação; Gênero.

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