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O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e o transtorno do espectro autista (TEA) são distúrbios neurocomportamentais que estão presentes em uma porcentagem considerável na população mundial. De acordo com o American Psychiatric Association o TDAH é um transtorno definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade. Desatenção e desorganização envolvem incapacidade de permanecer em uma tarefa, aparência de não ouvir e perda de materiais em níveis inconsistentes com a idade ou o nível de desenvolvimento. Hiperatividade-impulsividade implicam atividade excessiva, inquietação, incapacidade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar – sintomas que são excessivos para a idade ou o nível de desenvolvimento. O TEA , por sua vez, caracteriza-se por déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, incluindo déficits na reciprocidade social, em comportamentos não verbais de comunicação usados para interação social e em habilidades para desenvolver, manter e compreender relacionamentos. Além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do transtorno do espectro autista requer a presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Estima-se que 70 milhões de pessoas no mundo todo possuem algum tipo do TEA, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com relação ao Brasil, esse número passa para 2 milhões, segundo dados do IBGE. O TDAH, por sua vez atinge 3% a 7% da população mundial. Na escola, a presença de alunos com TDAH e/ou autismo é notória, estes alunos, geralmente, tem dificuldades na interação/socialização com os colegas e professores, consequentemente possuem as aprendizagens, principalmente curriculares, comprometidas. Um dos componentes curriculares no qual esses alunos vivenciam é a Educação Física, todavia a mesma apresenta uma especificidade no que diz respeito a aprendizagem, pois ela compartilha os saberes relacionados as práticas corporais. Condição que possibilita ao aluno com esses transtornos outro tipo de experiências de aprendizagem e interação, uma vez o corpo em movimento passa a constituir-se como linguagem fundamental. Assim, percebe-se que o professor de Educação Física necessita de saberes de natureza didático-pedagógicos e científicos, mas também que o possibilitem compreender as particularidades destes transtornos para que possa desenvolver ações pedagógicas condizentes com a realidade de suas aulas, com a finalidade do desenvolvimento dos alunos com e sem esses transtornos. Sendo assim, esses conhecimentos devem ser desenvolvidos durante o processo de formação inicial, colaborando para uma inserção mais condizente e preparada nos cotidianos de atuação. Diante do exposto, é importante ressaltar que esta pesquisa além de discutir aspectos específicos destes distúrbios, assume também como objetivo investigar e analisar o conhecimento dos graduandos em Educação física em relação a alunos com esses distúrbios neurocomportamentais para atuação profissional. Para tanto, foi desenvolvido uma pesquisa que se organiza em duas fases, na primeira a partir do estado do conhecimento que, permitiu o mapeamento das produções científica com as palavras-chaves “autismo educação física / TDAH educação física’’. Após a leitura e análise dos resumos dos documentos, selecionou-se 29 pesquisas que atendiam completamente os critérios de inclusão. Dessa forma, a análise do corpus documental se deu a partir dos indicadores bibliométricos: recorrência autoral, referencial teórico, periódicos, instrumentos de coletas de dados e categorias temáticas. Os resultados indicam que ainda há poucos estudos, principalmente na área da educação física, relacionado a temática proposta. Diante dessa baixa produção justifica-se a constituição de pesquisas que analisem, discutam e criem possibilidades relacionadas a atuação docente em Educação Física, mas com ênfase na formação inicial, sobre esses distúrbios neurocomportamentais. Para tanto será desenvolvida uma pesquisa ação-existencial, cujo instrumento de coleta de dados será a entrevista narrativa, junto a graduandos em Educação Física de uma instituição de ensino superior.

TDAH - autismo - educação física