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É sabido que a tecnologia teve sua origem na revolução industrial, com o intuito de reduzir a mão de obra e consequentemente os gastos, aumentando a velocidade e quantidade dos produtos produzidos. A partir de então surgiram novas tecnologias com diferentes finalidades, uma delas é a internet, criada na Guerra fria pelos norte americanos, com propósitos militares, para poderem se comunicar com o exército, caso o oponente destruísse os meios de comunicação vigentes, uma vez que tal aparato constituía-se como rede independente dos centros de comando e controle, sendo assim, uma forma de comunicação mais segura. Houve então um boom da internet, e com ele a criação de redes sociais como MSN, ORKUT, que ao longo dos anos foram sendo substituídas por FACEBOOK, TWITTER, INSTAGRAM, WHATS APP. Essas redes trazem consigo a ideia de comunicação e interação entre pessoas e grupos, produzindo diferentes formas de linguagem, sejam elas escritas, sonoras, auditivas e imagéticas, uma dessas maneiras são os MEMES. Os MEMES foram criados antes mesmo da popularização da internet, com o intuito de compartilhamento e identificação imediata de ideias e representações repassadas de pessoa a pessoa através da repetição por identificação o signo imagético apresentado. Nos dias de hoje, são imagens criadas a partir da identificação das pessoas por algo que elas vivenciam e compartilham de forma leve e cômica, que rapidamente viralizam. Que trazem consigo ilustrações imagéticas carregadas de representações e sentidos que se referem a pessoas, grupos, dilemas, estados emocionais e profissões. Dentre as áreas que tem sido ilustradas a partir de MEMES está a Educação Física. Desta forma, este estudo nasce da seguinte questão: como a educação física, e os profissionais da área têm sido representados e compreendidos nos seus espaços de atuação (escolas, academias, universidades),a partir da ilustração imagética dos MEMES? Cujo objetivo é, analisar, compreender e contextualizar os MEMES da internet enquanto reproduções imagéticas do profissional e do cotidiano da educação física. Nessa perspectiva a opção metodológica sustenta-se pela iconografia e iconologia, enquanto a primeira estuda e descreve os elementos visuais, como imagens, estátuas e pinturas, a segunda adentra no real significado desses elementos, pois é necessário situar o signo imagético no contexto e lugar de sua produção. Ou seja, a primeira apresenta o que é visível, explícito, e a segunda o que é implícito. Para tanto o corpus documental da pesquisa está composto por 29 MEMES extraídos de redes sociais instagram e facebook. Dessa forma, o caminho do estudo, está organizado em 4 fases: Primeira - observação e incursão no ciberespaço; Segunda – Construção de um inventário; Terceira - Análise iconográfica; Quarta – Análise Iconológica. Nos resultados iniciais, podemos perceber através da análise iconográfica, que a maioria dos MEMES analisados são imagens com expressões de sentimentos bem definidos, como raiva, felicidade, tristeza e sarcasmo. Além de serem imagens que despertam o interesse de serem vistas por passar algum tipo de mensagem em pouco tempo através de ícones, que pode ser uma pessoa famosa ou um desenho por traços de programas virtuais, os quais são acompanhados por uma pequena legenda. Para a análise iconológica, os MEMES foram divididos em quatro categorias temáticas: cotidiano escolar, cotidiano das academias, representação pejorativa do profissional e estudante do curso de educação física. Nessa perspectiva é possível dizer que esses ícones estudados, pertencem a um contexto histórico e social, que trazem consigo a representação dos dilemas enfrentados pela Educação Física enquanto área do conhecimento. Essa peculiaridade colabora na identificação dos sujeitos da área da Educação Física, sentindo-se representados por tais ilustrações imagéticas e os viralizando na grande rede.

educação física; memes; ciberespaço