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HABILIDADES SOCIAIS E PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Maria Paula Louzada Mion, Gelsimar José Machado, Liana Abrão Romera

Última alteração: 2018-09-04

Resumo


O presente estudo consiste em uma revisão sistemática de literatura com o objetivo de identificar trabalhos de âmbito nacional e internacional sobre a prevenção ao uso de álcool e outras drogas a partir da Teoria das Habilidades Sociais. As Habilidades Sociais, também conhecidas como Habilidades de Vida, para Caballo (2003), constituem um conjunto de comportamentos emitidos por uma pessoa em seu meio social, através dos quais expressará os seus sentimentos, opiniões e direitos de maneira adaptativa e assertiva, diminuindo a probabilidade do surgimento de dificuldades futuras. Segundo Del Prette e Del Prette (2017), as principais classes destas habilidades são: comunicação, civilidade, fazer e manter amizade, empatia, assertividade, expressar solidariedade, manejar conflitos e resolver problemas interpessoais, expressar afeto e intimidade, coordenar grupo, e falar em público. O caminho metodológico desta pesquisa encontra-se dentro da abordagem qualitativa, na qual “[...] reflete, em quantidade e intensidade, as múltiplas dimensões de determinado fenômeno e busca a qualidade das ações e das interações em todo o decorrer do processo.” (MINAYO, 2017, p.9). Com buscas realizadas nas bases BVS (Bireme), ProQuest (Social Services Abstracts), Scielo e Web of Science, através das palavras-chave "social skills"; alcohol; drugs; prevention; NOT adults, foram gerados como resultados 57 artigos. Deste total, 16 artigos foram selecionados para leitura de texto completo e composição desta revisão conforme critérios de inclusão e exclusão. Dentre os resultados, a maior parte dos artigos analisados evidenciou a eficácia do incentivo às Habilidades Sociais, sobretudo no contexto escolar, como forma de prevenção ao uso de álcool e outras drogas. Observou-se que este tipo de intervenção está sendo adotada em diversas instituições de ensino de diferentes países, como Estados Unidos, Estônia e Brasil. Além de ser eficaz no âmbito da prevenção ao uso de álcool e outras drogas entre crianças e adolescentes, as Habilidades Sociais também implicam modificações positivas no comportamento destes em outros aspectos fora do ambiente escolar, como na relação com familiares e amigos, na autoestima e ainda na assertividade. Estudos como de Williams et al. (1999) e Vorobjov et al. (2017) evidenciaram que um baixo nível de Habilidades Sociais pode aumentar vulnerabilidade dos adolescentes ao uso de drogas. Já Aliane et al. (2006), Felicissimo, Casela e Ronzani (2013) e Sá e Del Prette (2014) apresentam resultados que não são capazes de associar a dependência de álcool e outras drogas com déficits de Habilidades Sociais. Entretanto, Sá e Del Prette (2014) apontam que o maior repertório de determinadas Habilidades Sociais estaria ligado ao menor envolvimento com estas substâncias. Notou-se que muitas intervenções escolares objetivando a prevenção ao uso de drogas são voltadas para adolescentes. Vorobjov et al. (2017) caracteriza esse período como de transição para jovens nos âmbitos escolar, familiar e de pares. Além disso, é um período em que as taxas de iniciação e envolvimento em comportamentos delinquentes e uso de substâncias são altas. A prevenção ao uso de drogas a partir das Habilidades Sociais enfatiza atividades grupais e dinâmicas que desenvolvem a interação social. Neste sentido, além de outras disciplinas, se destaca as possíveis contribuições da área de Educação Física em âmbito escolar neste processo de prevenção, problematizando as Habilidades Sociais a partir dos jogos, brincadeiras e práticas corporais presentes nesta disciplina.

Palavras-chave


habilidades sociais; álcool e outras drogas; prevenção

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