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A pesquisa visa a avaliar uma experiência de formação continuada dos professores de Educação Física do ensino fundamental I (1º ao 5º anos) e II (6º ao 9º anos), desenvolvida numa determinada Rede Municipal de Ensino da Grande Vitória-ES no ano de 2015, mediada pelo pesquisador, professor da referida instituição, bem como subsidiada pelos princípios da reconstrução coletiva e colaborativa. Para o estudo, avaliar refere-se a qualquer processo por meio do qual algumas ou várias características, dessa experiência de formação continuada, receberam atenção, analisando e valorizando suas particularidades e condições em função de alguns critérios ou pontos de referência para emitir um julgamento que seja relevante para educação. Desse modo, avaliar é refletir permanentemente sobre as finalidades e objetivos do que vem sendo experimentado no cotidiano. A realização desta experiência foi motivada pelo desejo de promover uma formação continuada em que as demandas e necessidades referentes ao cotidiano docente fossem ouvidas e discutidas, e os participantes, de modo coletivo e colaborativo, contribuíssem com o processo, reconstruindo as propostas no decorrer dos encontros, valorizando o seu saber-fazer. Nessa dinâmica, o professor/mediador promovia encontros elencados pelos demais professores, destarte esses também foram corresponsáveis pelo desenvolvimento, contribuindo para repensar a formação. O debate teórico, que dá suporte à pesquisa em voga, foi aprofundado a partir da elaboração de um mapa conceitual no qual se apresenta um amálgama de conceitos que emergem e se imbricam em torno da formação continuada, a saber: perspectiva crítica em contraposição aos pensamentos racionais/tecnicistas; epistemologia da prática; saberes docentes; e movimento da profissionalização. O trabalho analisa as políticas públicas no que tange à seara, seus conceitos e sua importância, bem como debate os marcos legais nacionais e do município onde ocorreu a experiência. O estudo é qualitativo, interpretativo e o procedimento de maior aproximação do campo foi a observação participante. Também foram utilizadas entrevistas semiestruturadas e diário de campo. Por meio da avaliação, buscou-se o entendimento docente do que foi projetado na referida experiência. De modo geral, os educadores participantes afirmam que se viram na condução da formação continuada, ou seja, essa formação pareceu configurar autoria e protagonismo aos professores. Logo, esse processo que propôs desconstruir estilos e culturas na formação docente poderia continuar a ser fomentado, bem como identificamos que os docentes, tanto da academia quanto da escola, carecem entender melhor como as teorias – teoria da prática e a teoria científica – podem contribuir para o enriquecimento da prática (pedagógica), da qualidade da educação e, ainda do processo formativo perene do professorado. Além disso, foram identificadas dissonâncias no decorrer desse processo formativo, que apontam condicionantes difíceis de serem superadas, como a própria legislação educacional, condições de trabalho, bem como o fato de depender de um querer do professor. Parece-nos que “Ver só com os olhos”, ou seja, os estudos que se propõem a debruçar sobre essa temática em voga, pode sugerir pensar que “É fácil e vão” serem desenvolvidos nos espaços/tempos formativos, contudo esses carecem ser entendidos “por dentro das coisas”, nos processos de formação continuada organizado/estruturado/planejado pelos órgãos públicos, para que, assim, por meio dessas dissonâncias, possamos avaliar a maneira como “as coisas são”. Evidenciamos a relevância de se promover e avaliar uma cultura formativa nas formações continuadas, desenvolvidas nas Redes Públicas de Ensino, subsidiadas por meio dos princípios que emergem nos textos acadêmicos e legais que abordam a temática em voga.

Formação continuada; Políticas públicas; Educação Física.