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Introdução: O esporte na escola pode estar presente em mais de uma dimensão, ou seja, pode estar presente como conteúdo de ensino nas aulas de educação física ou enquanto uma atividade no contra turno escolar. Desse modo as atividades que acontecem no contra turno podem estar ligadas a treinamentos que possuem como objetivo a participação de competições escolares, o que pode ter como consequência a formação de atletas. Alguns estudos apontam que esse tipo de modelo pode contribuir para a conformação de uma carreira dupla, em que o atleta tanto se dedica ao esporte como aos estudos, o que seria positivo. A recente pesquisa sobre o Colégio Vasco da Gama (SOARES, 2012) situado dentro de um clube de futebol que oferece ao aluno/atleta oportunidade de estudar e ao mesmo tempo poder participar dos treinamentos e competições dentro do clube. Por atender somente atletas, toda a sua estrutura de funcionamento busca estabelecer um processo de conciliação entre o tempo do colégio e o tempo do esporte, da forma menos traumática possível. Mesmo que seja uma instituição escolar com interesses pedagógicos e educativos, procura acomodar as preocupações esportivas dos alunos. Objetivo: O objetivo desse estudo é de analisar se o treinamento desenvolvido no contraturno escolar permite a ocorrência de um carreira dupla ou se há concorrência entre as atividades esportivas e as acadêmicas. Metodologia: Esta pesquisa é um estudo de caso, cuja a primeira etapa foi a realização de entrevistas com os alunos que estudam na escola no ensino médio e fundamental e esses alunos fazem parte do projeto e compõem a equipe. Resultados: “A escola e o clube apresentam lógicas de funcionamento que, muitas vezes, entram em conflito em função das diferentes exigências de formação. Com isso, os alunos-atletas no Brasil precisam operar com duas realidades formativas que, em certos casos, criam concorrência de tempo e de objetivos em suas vidas.’’ (Correia, 2012). Os alunos afirmaram que a escola é um ambiente favorável para a formação de atletas, mas relatam que devido a carga horária de estudos e de treinamento há dificuldade em conciliar os dois. Por conseguinte, acabam focando, na maioria dos casos, no treinamento pelo fato, o que é agravado no caso dos atletas que vieram de outras cidades para estudarem nessa escola e comporem a equipe, vislumbrando que isso poderia contribuir para se tornar atleta profissional. Relatam que o treinador cobra dos alunos estudarem, tendo consequência no treinamento para aqueles que tiverem notas abaixo da média, como por exemplo, correr, dobro da parte física e ficam na escola para estudar durante os treinos. Conclusão: Observamos que, apesar de o treinamento acontecer dentro de uma escola, a carreira dupla não é a realidade ambicionada pela maioria deles, de modo que a escola apresenta-se apenas como o lócus do treinamento, e não como uma oportunidade de um desenvolvimento em diversos níveis destes atletas ou seja, “a simultaneidade das formações escolar e esportiva tem acarretado um ambiente de tensão entre elas porque demandam grande dedicação de tempo.” (MELO et al., 2016).

Treinamento, Esporte, Escola