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NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL E O USO DE MEDICAMENTOS POR MULHERES IDOSAS PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA COMUNITÁRIO DE ATIVIDADE FÍSICA
Rafaela Gomes dos Santos, Douglas de Assis Teles Santos, Claudio Andre Barbosa de Lira, Maríllia Santos Andrade, Rodrigo Luiz Vancini

Última alteração: 2018-09-02

Resumo


O envelhecimento é um processo fisiológico gradual que leva ao declínio funcional progressivo no qual ocorrem mudanças fisiológicas, morfológicas e psicológicas que podem causar impactos na capacidade funcional e aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) (MALTA et al., 2017). É frequente que pessoas idosas tenham DCNTs, sejam tratadas por médicos de diferentes especialidades e utilizem múltiplas medicações concomitantemente, o que é denominado de polifarmácia (MORTAZAVI et al., 2016). Este quadro faz dos idosos susceptíveis aos efeitos adversos das drogas e interações medicamentosas. Neste sentido, é desejável que a população idosa alie terapias não farmacológicas para o aprimoramento da sua qualidade de vida como, por exemplo, a prática de atividade física regular o que pode diminuir o consumo de medicamentos. O objetivo do presente trabalho foi descrever o perfil de prática da atividade física e a utilização de medicamentos entre mulheres idosas frequentadoras do Programa de Orientação ao Exercício Físico (PROEF) da unidade de Jacaraípe, Serra-ES (Brasil). Nossa amostra foi composta por 54 mulheres com idade média de 68,3±6,1 anos as quais responderam a um questionário composto por perguntas fechadas (informações pessoais e sobre o consumo de medicamentos e a atividade física habitual ocupacional, esportiva e de lazer). Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFES (protocolo - 2.182.182). Nossos resultados demonstraram que a maioria das idosas praticavam apenas uma modalidade de atividade física sendo a ginástica a modalidade mais praticada (79,1%, n=43). Aproximadamente, 20% das idosas 20,3% (n=11) relatou ter pelo menos duas doenças. Quanto ao Índice de Massa Corporal a média da amostra foi de 26,2±3,1 kg/m2 (mínimo - 20,3 e máximo - 33,3). Apesar de fisicamente ativas, 53,7% das idosas (n=29) estava com sobrepeso/obesidade e fazia uso de medicamentos de forma contínua (79,6%, n=43), sendo que quanto maior idade, maior o consumo, a quantidade e a frequência de uso medicamentos. Os medicamentos mais prevalentes foram para a hipertensão arterial sistêmica - hidroclorotiazida (8,6%, n=10), atenolol (8,6%, n=10) e losartana (5,2%, n=6); e hipercolesterolemia (7,8%, n=9, sinvastatina). A prevalência de automedicação foi baixa (20%, n=10) e a maioria dos medicamentos era prescrita por médicos 78,2% (n=43). Dentre os médicos que mais prescreviam os medicamentos foram citados os cardiologistas 17% (n=9) e clínico geral 9,4% (n=5). O processo de envelhecimento aumenta a morbidade das pessoas. Nesse contexto, as DCNTs são doenças multifatoriais geralmente associadas à alimentação inadequada, a inatividade física e também a fatores de risco como a obesidade, a hipertensão arterial sistêmica, os altos níveis de glicemia, as dislipidemias, o consumo de álcool e o tabagismo. Evidências mostram que a prática de atividade física regular é uma ferramenta não farmacológica importante para a prevenção e tratamento de DCNTs. Já foi demonstrado que a prática de atividade física regular diminui o risco de mortalidade por doenças cardiovasculares, melhora as funções físicas e pode auxiliar na redução do uso de medicamentos. Assim, ressaltamos a importância de políticas públicas de promoção da saúde para a pessoa idosa que considerem a prática de atividade física. Nesse sentido, nossos resultados preliminares podem servir como ponto de partida para orientar a criação de programas de promoção e educação em saúde que tenham como objetivo o aumento dos níveis de atividade física e consequentemente a redução do uso de medicamentos durante o processo de envelhecimento.

Palavras-chave


Envelhecimento; Atividade Física; Medicamentos; Polifarmácia.

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