Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, XV CONGRESSO ESPÍRITO-SANTENSE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Tamanho da fonte: 
PRÁTICAS PSICOPEDAGÓGICAS: TREINO PARA INCLUSÃO, MOVIMENTO ESPORTE E VIDA
mariana frança machado Caldeira, Jessica Fraga Dalgobbo

Última alteração: 2018-08-31

Resumo


O presente trabalho trata-se de um recorte do projeto em andamento intitulado “TIME-V: Treino para inclusão, movimento, esporte e vida” que ocorre na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Vitória (APAE). Tendo em vista a prerrogativa institucional de inclusão das pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla e/ou autismo na sociedade, a Apae de Vitória oferece atendimentos especializados e oficinas a crianças, jovens e adultos, com o objetivo de promover autonomia, inclusão social e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência e suas famílias(FEDERAÇÃO NACIONAL DAS APAE, 2003). Sabe-se que as pessoas com deficiência possuem os mesmos diretos constitucionais como qualquer outro cidadão, inclusive lhe são assegurados um ambiente sadio e adaptado à suas necessidades inclusivas (BRASIL, 2001). Referente ao público destinatário do projeto: crianças e adolescentes, de acordo com estimativas apresentadas pela Unicef em 2013, cerca de 93 milhões de crianças – ou uma em cada 20 crianças com 14 anos de idade ou menos – vivem com algum tipo de deficiência moderada ou grave (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2010).Nessa perspectiva, firma - se o projeto com a finalidade de promover o desenvolvimento de habilidades cognitivas, motoras e sócio afetivas, as quais contribuirão para a formação integral do sujeito, visando a inclusão e a melhoria da qualidade de vida dos assistidos e de seus familiares. Para tanto, o projeto TIME-V atua com até 50 crianças e adolescentes que possuem deficiência intelectual e/ou múltipla e/ou autismo, com idade entre 06 a 17 anos, usuárias do Centro de Atendimento Educacional Especializado, bem como suas famílias. Sua metodologia propõe a realização de jogos motores e atividades recreativas para promover o desenvolvimento físico, cognitivo e social em seu público alvo. Além disso,são formados grupos menores, de até 8 crianças ou adolescentes com duração de 1 (uma) hora e frequência de 2x por semana. Visando alcançar adaptações adequadas aos sujeitos participantes são utilizadas avaliações de habilidades físicas e motoras (KTK e THT) e avaliação psicossocial (questionário de rastreio).Também ocorrem mediações da psicologia, em parceria com a família, nas relações sociais (nos casos necessários), como forma de facilitar a promoção de vínculos sócio afetivos e noção de grupo e pertencimento. Acredita-se que os pais ou responsáveis pela pessoa com deficiência, por sua vez, também se tornam pessoas com necessidades especiais. Na verdade, são eles que intermediarão a integração ou inclusão de seus filhos junto à comunidade(MACIEL, 2000).O projeto iniciou em Abril deste ano, apesar do pouco tempo de execução conseguimos perceber através das atividades realizadas com os assistidos (testes de habilidades KTK e THT) e familiares (questionário psicossocial e grupo de apoio) melhoras ou adequações nas habilidades motoras e comportamentais. Com decorrer das aulas notou-se que as inadequações comportamentais sobressaíram as próprias características da deficiência, o que influenciavam diretamente em suas relações interpessoais, familiares e sociais. Desta forma foi necessário uma maior atuação da psicologia nas aulas juntamente com a educação física, afim de trabalhar aspectos como respeito ao próximo e a diversidade, ansiedade, estabilidade emocional, seguimento de regras, frustrações, resoluções de problemas, cooperação e coesão grupal.Todavia ao longo da execução das atividades visualizou-se que os programas de iniciação esportiva podem promover muitos benefícios para a formação integral da criança, tais como: propiciar o desenvolvimento global, adaptação e equilíbrio as suas limitações; facilitar sua independência e autonomia, bem como facilitar o processo de representatividade social, inclusão e aceitação em seu meio(STRAPASSON, 2007).Contudo, a implantação desse projeto expande as possibilidades de inclusão social, de ruptura do preconceito, de melhor exercício da cidadania e participação social das pessoas com deficiência intelectual(MANTOAN, 2013).

PALAVRAS- CHAVE: Deficiência intelectual; inclusão; iniciação esportiva;educação física adaptada; qualidade de vida.

REFERENCIAS:

BRASIL. Decreto nº 3.956 de 8 de outubro de 2001. Disponível em: . Acesso em: 09 Ago. 2018.
FENAPAES, Federação Nacional das Apaes. Projeto Águia, Manual de Conceitos. 2003. Disponível em: . Acesso em: 09 Ago. 2018.
MACIEL, Maria Regina Cazzaniga. Portadores de deficiência: a questão da inclusão social. Scielo, São Paulo, São Paulo Perspec, vol 14, n 2, Apr/June, 2000.
MANTOAN, M. T. E. Diferenciar para incluir ou para excluir? Por uma pedagogia da diferença. Disponível: . 2013. Acesso em 09 Ago. 2018
Organização Mundial da Saúde. Community-basedRehabilitationGuidelines. Genebra: WHO, 2010. Disponível em: . Acesso: 09 Ago. 2018.
STRAPASSON, A. M.; CARNIEL, F. A Educação Física na Educação Especial. EFDeportes.com, Revista Digital, Buenos Aires, n. 104, ano 11, jan. 2007. . Acesso em: 09 Ago. 2018.

Palavras-chave


Pessoa com deficiência; inclusão, Educação Física Adaptada; qualidade de vida

Texto completo: PDF