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FATORES DE PROTEÇÃO AO USO DE DROGAS ENTRE UNIVERSITÁRIOS: O PAPEL DO LAZER
Derick dos Santos Tinôco, Liana Romera Abrão

Última alteração: 2018-08-29

Resumo


Em um cenário mundial de constante aumento do número de adeptos ao uso de drogas, investigar possíveis fatores de proteção ao consumo excessivo destas substâncias pode contribuir na qualificação de políticas de prevenção. Assim, o objetivo deste estudo foi conhecer os fatores que contribuem para a não utilização de álcool e outras drogas e suas possíveis relações com o lazer e, analisar se a participação em atividades extraescolares interfere nos padrões de consumo de jovens universitários. Uma das características mais marcantes da sociedade ocidental contemporânea é a busca incessante por prazer, o uso de substâncias psicoativas se encaixa neste contexto por ser capaz de proporcionar novas sensações, alterar percepções e aumentar a sociabilidade, tornando seu consumo uma espécie de atalho ou fórmula para um “bem-estar” momentâneo. Esses são alguns dos aspectos da contemporaneidade que fazem com que atividades de lazer, principalmente atreladas ao consumo, ganhem mais importância, em especial destaca-se o consumo de drogas pelo público jovem, que ocorrem majoritariamente durante o lazer noturno. A temática do uso de drogas tem sido discutida majoritariamente em pesquisas que abordam o tema apenas pela ótica dos fatores de risco, ou seja, focam suas observações e análises nas razões que levam um indivíduo a desenvolver um padrão de consumo excessivo de psicoativos, deixando assim de lado os possíveis motivos para o não uso. Esse trabalho objetivou justamente elencar fatores classificados como de proteção que podem contribuir para o não uso em excesso de drogas e que seriam importantes para a prevenção. Trata-se de uma pesquisa quantitativa em que a coleta de dados foi feita por meio de um survey online aplicado a alunos dos cursos de Bacharelado e Licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). A análise dos dados foi feita relacionando-se os percentuais de consumo de álcool e outras drogas da amostra com os percentuais de participação em atividades apontadas como protetoras pela literatura. Após a coleta dos dados, 110 questionários foram validados por terem sido completamente preenchidos, 51 por mulheres e 59 por homens. A partir do questionário foram levantadas informações sobre a forma de ocupação do tempo livre da amostra, participação em atividades extraescolares e padrões de consumo de álcool e outras drogas. A hipótese levantada foi que a ocupação do tempo de lazer de adolescentes com atividades extraescolares estruturadas contribuem para que não seja desenvolvido um padrão de uso compulsivo de psicoativos durante o decorrer da vida. O estudo apontou que a atividade extraescolar orientada mais realizada durante a adolescência foi o esporte, sendo relatado por 76,85% dos participantes do estudo permanecendo como principal opção de lazer até a fase adulta para 59,26%. Quanto ao consumo de psicoativos, as bebidas alcoólicas são as que representam maior porcentagem de consumo do grupo, com 61,11%. As análises indicaram que participar apenas de atividades esportivas não confere proteção ao consumo de álcool e outras drogas. Estudos realizados no campo do lazer podem oferecer contribuições ao estabelecer o diálogo com a prevenção ao uso excessivo de drogas e a necessidade de aprendizagem via atividades extracurriculares. Diante desta premissa espera-se que o trabalho possa subsidiar políticas de prevenção a partir dos resultados, visando a qualificação dos projetos e grupos de intervenção.

Palavras-chave


Fatores de Proteção; Drogas; Prevenção; Substâncias Psicoativas; Atividades Extraescolares.

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