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O momento do ingresso no curso superior é um período crítico para o desenvolvimento e adaptação do aluno recém chegado à universidade, por isso se torna necessário tratar o estudante de forma diferenciada e acolhedora (CUNHA E CARRILHO, 2005). No entanto, o que se vê na maioria das Instituições de Ensino Superior (IES), são recepções por meio de trotes, que muita das vezes se mostram constrangedoras para os alunos participantes. Nessa perspectiva o Programa de Educação Tutorial-Educação Física (PET EF), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), propôs uma atividade de recepção para os calouros do curso de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física (EF). O objetivo do projeto é demonstrar para os calouros as diversas possibilidades de configuração da EF, fazendo com que eles possam refletir sobre essas possibilidades após vivenciarem diferentes práticas corporais presentes no campo de atuação do futuro professor, compreendendo a cultura, o lazer, a saúde e o esporte (mesmo no modelo do alto de rendimento). Nossa referência para desenvolver as atividades provem das proposições de Charlot (2000) e a sua Teoria da Relação Com o Saber. Para o autor é possível compreender o sujeito na sua singularidade utilizando como referencia a sua história e atividades que ele realiza (CHARLOT, 2000). Este trabalho caracteriza-se como um estudo descritivo-interpretativo, de cunho investigativo e natureza qualitativa, fundamentado na teoria da Relação com o Saber (CHARLOT, 2000). Segundo Flick (2004, p. 28), ao falar da pesquisa descritiva e interpretativa, “[...] a mesma é orientada para análise de casos concretos em sua particularidade temporal e local, partindo das expressões e atividades das pessoas em seus contextos locais.” Os sujeitos participante foram uma turma de alunos ingressantes no Curso de Bacharelado em Educação Física, do Cefd/Ufes, no primeiro semestre letivo do ano de 2017. O grupo foi composto por 33 alunos, dos quais, 22 deles eram do gênero masculino e 11 do gênero feminino, todos participaram das atividades e responderam ao questionário proposto. Como estratégia para análise, buscamos de maneira central, analisar as respostas para a seguinte pergunta: “Qual sua opinião sobre as atividades desenvolvidas”? Acreditamos que essa questão nos traria o provável retorno para uma avaliação da proposta de recepção aos calouros. Após a coleta e tabulação dos dados, foi feita uma divisão das respostas. Optamos por dividir as narrativas em 5 categorias: 1 - aptidão; 2 - gostou da atividade; 3 - integração e lazer; 4 - vida acadêmica e formação; e 5 - não gostou. Percebemos em nossas análises, que, apesar de uma resposta negativa, esse tipo de vivência se mostrou extremamente positiva aos participantes envolvidos, tanto petianos, quanto os alunos calouros participantes, que tiveram a oportunidade de experienciar futuros campos de atuação profissional após a formação universitária. A recepção de calouros proposta busca estabelecer um novo formato para essa atividade, uma vez que procura ajudar os calouros responderem à pergunta O que é educação física? Compreendemos que, além de participar dos trotes de recepção, os alunos precisam vivenciar e assimilar as possibilidades de atuação na Educação Física, pois, com isso poderão construir uma visão positiva sobre a área, agregando valores a sua formação. O grande desafio do PET EF foi trazer experiências que pudessem contribuir com o desenvolvimento dos alunos ingressante, reduzindo assim, a percepção negativa que normalmente o calouro possui em relação aos trotes que ocorrem em diversas universidades. Além disso, buscamos proporcionar vivências que auxiliassem na integração e nos aprendizados dos novos alunos, facilitando a sua adaptação ao modelo do ensino superior.

Recepção de calouros, PET EF, Educação Física