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CARACTERIZAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DAS CARGAS DINÂMICAS DO TREINAMENTO COM KETTLEBELL E SEUS EFEITOS NA FORÇA E CAPACIDADE AERÓBIA
Carla Zimerer, Sabrina Alves, Weverton Tavares da Silva, Raquel Khéde, Joscelino Neto, Rodrigo Vancini

Última alteração: 2018-09-04

Resumo


Introdução: O treinamento com kettlebell (KB) tem destacado-se como uma tendência em programas de treinamento físico que visam o aumento do desempenho pelo aprimoramento da força muscular e potência aeróbia (consumo máximo de oxigênio - VO2 máx) e por ser uma alternativa acessível, de baixo custo quando comparado aos métodos tradicionais (exemplo: prática de musculação em academias). No entanto, para potencializar os benefícios e reduzir o risco de lesões, é importante compreender como a distribuição dinâmica de cargas de treinamento pode ser mais bem empregada com este tipo de treinamento. Objetivo: Caracterizar a distribuição dinâmica das cargas de treinamento com KB e seus efeitos na força muscular e potência aeróbia. Metodologia: Participaram do estudo 14 mulheres moderadamente ativas, sem experiência no método (idade = 25,4 ± 5,4 anos; VO2máx = 35,1 ± 5,8 mL/kg/min; massa corporal = 62,1 ± 13,3 kg; altura = 1,65 ± 0,60 m) e que completaram pelo menos 85% das sessões de treinamento com KB. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética com seres humanos da UFES (protocolo: 1038512). Para medidas de VO2máx e força muscular foram utilizados, respectivamente, o protocolo de Bruce e o teste de 1RM no Leg Press 45º. Foi realizada uma familiarização durante 2 semanas. Em seguida, iniciado o período de treinamento com 3 sessões semanais, dividido em três fases: Fase I (2 semanas), Fase II (4 semanas) e Fase III (4 semanas), totalizando 10 semanas. Os exercícios usados no treinamento foram o swing e agachamento com KB. O volume foi determinado pela duração da sessão (minutos). O volume total (VT) foi calculado pela multiplicação do número de séries, de repetições e pelo peso (kg) do KB. A carga interna foi determinada pela multiplicação da percepção subjetiva de esforço (PSE) pelo volume. Para promover a progressão da intensidade nas sessões, o peso do KB era aumentado em 4 kg sempre que atendidos os critérios: PSE ≤ 5 (Escala de Borg de 0 a 10); número de repetições ≥ 23 em 30 segundos; e manutenção da técnica adequada. Fundamentação teórica: Foram observados valores crescentes no VT ao longo das fases do treinamento ([Fase I = 10784,17 ± 1411,02 UA; Fase II = 59896,91 ± 8109,68 UA; Fase III = 71862,92 ± 8001,42 U.A.; p < 0,05]). Com relação à carga de treinamento, houve um aumento significativo a partir da Fase II, mas não foi encontrada diferença estatística entre a Fase II e a Fase III (Fase I = 277,71 ± 90,27 U.A.; Fase II = 528.66 ± 76.79 UA; Fase III = 543,79 ± 68,98 UA.; p < 0,05). Foi observado um aumento significativo da força muscular (20,6%) e da potência aeróbia (8,5%) dos participantes em decorrência do treinamento com KB (p < 0,05). Os dados deste estudo corroboram com a literatura atual, que sugere o treinamento com KB como alternativa aos métodos tradicionais para desenvolvimento da força muscular e da aptidão aeróbia. O aumento crescente do volume de treinamento ao longo das fases e a distribuição dinâmica das cargas promoveram o aprimoramento da aptidão física das participantes. Considerações finais: Compreender a relação dose-resposta do treinamento com KB é um desafio para os profissionais envolvidos nessa área, já que, por um lado, o treinamento com cargas distribuídas de forma subestimadas pode levar à prejuízos no desempenho e, por outro lado, cargas superestimadas podem predispor a lesões ou conduzir à síndrome de over training. Tal compreensão, quando relacionada ao treinamento com KB pode ajudar a elucidar quais os parâmetros de prescrição relacionados à frequência, intensidade, duração, e volume são mais eficientes para o desenvolvimento da aptidão física relacionada à saúde e desempenho físico.

Palavras-chave


Carga de Treinamento; Treinamento Kettlebell;Aptidão Física.

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