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A Educação de Jovens e Adultos (EJA), é uma modalidade da Educação Básica, que busca oportunizar segundo o artigo 37 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 9394/96, as etapas do Ensino Fundamental e Médio, àqueles alunos que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria, oportunizando o acesso à educação e a aprendizagem por todo percurso de vida. Sendo assim, analisar como os alunos que participam da Educação de Jovens e Adultos compreendem a Educação Física, é importante para refletirmos sobre a realidade atual dos estudantes e criar uma possível intervenção para melhoria do desenvolvimento físico, social e psicológico dos alunos. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo analisar a compreensão de Educação Física em alunos do segundo segmento da EJA de uma escola pública em Teixeira de Freitas. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa, do tipo descritiva e analítica, utilizando como técnica para a interpretação dos dados a análise de conteúdo. Essa pesquisa teve amostra de 128 estudantes. Os resultados mostraram que na primeira categoria “Compreensão de Educação Física” a maioria dos alunos compreendem a disciplina como benefício para a saúde e importante na promoção da consciência corporal, física e mental. Segundo Santos (2018) motivar a prática de atividade física na escola auxilia na saúde e bem-estar, envolve aspectos multifatoriais, como variáveis psicológicas, sociais, ambientais e genéticas (SANTOS, 2018). Contudo, ainda nessa categoria alguns estudantes enxergaram a Educação Física somente como esportes ou brincadeiras. Na categoria “Conhecimento acerca da Educação Física”, a maioria dos alunos demonstraram já ter praticado algum tipo de esporte e 6% já a compreende como teórico e prático. Todavia, alguns alunos expressaram não ter muito conhecimento sobre EF. Segundo Freire e Oliveira (2004) a educação física tem sido vista como uma disciplina focada somente como “saber fazer”, trabalhar somente a prática não alcançará o resultado desejado para o desenvolvimento dos alunos, assim, é necessário que juntamente com o “saber fazer” se ensine o “saber sobre” e “saber ser”, sendo as dimensões procedimental, conceitual e atitudinal, respectivamente, afim de desenvolver valores como a socialização, cooperação, criatividade e trabalho em equipe (FREIRE; OLIVEIRA, 2014). Na categoria “Vivência da Educação Física com o professor da área”, a maioria dos alunos disseram já ter feito aulas da disciplina com o professor formado. Na última categoria “Obrigatoriedade da Educação Física na EJA”, foi possível perceber que metade dos alunos disseram que gostaria que fosse obrigatória, seja para ter um intervalo para praticar esportes ou melhorar a saúde. Outros disseram que “não”, devido a questões de gênero ou por nunca terem tido aulas de Educação Física. A nova atualização da Lei n° 10.793 de 1°. 12. 2003, traz novas versões sobre a Educação Física, no qual, a coloca como obrigatória na educação básica, sendo facultativa: para quem cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; maior de trinta anos de idade; quem estiver prestando serviço militar ou situação similar, amparado pelo decreto 1.044 de 21 de outubro de 1969 e que tenha prole. Desse modo, a nova lei transfere o caráter facultativo para os alunos e não mais para a escola como era realizado, todavia, a inserção não acontece devido a vários fatores, entre eles estão, a facultatividade da lei, a falta de espaços favoráveis e a hierarquia da disciplina (PEREIRA; MAZZOTI, 2008). Concluiu-se que a maioria dos alunos conhecem os benefícios das aulas de Educação Física e a maior parte gostariam de tê-la como obrigatória na EJA. Entretanto, foi possível perceber que uma parcela dos estudantes possui compreensão reduzida da área de Educação Física.

Referências

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: . Acesso em: 29 de maio de 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília. 3. ed. 2001.

BRASIL. Secretaria de Estado da Educação de Rondônia. Educação de jovens e adultos – EJA: ensino fundamental e ensino médio. Referencial curricular de Rondônia. Rondônia, 2013.

CARDOSO, B. L. C; ALMEIDA, C. B; FONSECA, E. O. S. Estilo de vida e saúde no contexto baiano. In: SANTOS, Rafaela Gomes dos. Atividade Física, saúde e qualidade de vida na educação física escolar: uma análise de relações estabelecidas por diferentes autores. Goiânia: Kelps. Cap. 4. p. 65-85. 2018.

FREIRE, Elisabete dos Santos. OLIVEIRA, José Guilmar Mariz de. Educação Física no Ensino Fundamental: identificando o conhecimento de natureza conceitual, procedimental e atitudinal. Revista. Motriz. Rio Claro. V. 10. 2004.

PEREIRA, Giane Moreira dos Santos. MAZZOTI, Tarso Bonilha. Representações sociais de Educação Física por alunos trabalhadores do ensino noturno. Revista. Motriz. Rio Claro. 2008.

Educação; Educação Física; Jovens; Adultos.