Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, XV CONGRESSO ESPÍRITO-SANTENSE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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UM OLHAR SOBRE A DOCÊNCIA
Rayanne Nayara Gomes dos Santos Dias da Silva, Otávia Mendes de Lacerda, Agnaldo Antonio da Silva

Última alteração: 2018-09-03

Resumo


Rememorar, empolgar-se, emocionar-se e reconhecer-se no lugar, que outrora frequentou no papel de aluno, são as primeiras expressões do professor em formação ao retornar à escola que o formou. O licenciando ao revisitar os espaços vivenciais, porém, sob a ótica do futuro professor confronta-se com expectativas, ora negativas, ora positivas, enquanto busca compreender o contexto em que está se inserindo. Neste momento surgem sentimentos imediatos referentes à percepção de sua responsabilidade na práxis. Enquanto observador, há a tentativa de reconstituir o seu olhar perante os significados e apropriações da comunidade escolar, bem como, as influências que ali permeiam e não eram notórias à priori. Portanto, se apresentam aqui duas visões das autoras relacionadas às mesmas inquietações surgidas, agora como professoras em formação que retornam ao ambiente escolar. Esta experiência revelou que a escola apresenta diferentes ângulos e panoramas nos quais, pela visão do professor ex-aluno, expõe realidades e situações, antes imperceptíveis a ele, mas, capazes de integrar a sua ação docente. Ao reconhecer em suas memórias as Marcas Formadoras, “concebidas como (...) uma cicatriz que fica em nós, nos distingue dos outros, nos denomina e é denominada por nós...”. MACHADO E FILHO (2018, p.116), essas tendem a contribuir para a identidade docente, entendendo-a como constantemente moldável. Este relato de experiência surgiu a partir do cumprimento da disciplina “Práticas de Ensino I”, no curso de Educação Física da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) – Campus Ibirité. Foram realizadas quatro visitas de campo em escola pública da região de Belo Horizonte, totalizando 16 horas de observação descritas em relatórios, abrangendo ao público do segmento de Ensino Fundamental I e II pertencente ao projeto “Escola Integrada”. Os artigos lidos enfatizam a importância do Memorial do professor, que segundo MACHADO E FILHO (2018, p.115) define-se por: “um meio singular e importante de acessarmos o universo de sua formação”. E uma vez que nele estão expressas as Marcas Formadoras, entende-se o diálogo de FREIRE (1996) sobre suas inter-relações se darem pela maneira como ele vivencia o próprio ser cultural, histórico, inacabado e consciente do inacabamento. Seguindo o pensamento de Freire acerca deste processo de construção das relações, que subsidiam os sentidos dados à escola pelo aluno, observa-se também que as escolhas voluntárias deste aluno dependerão das condições ofertadas a ele. Sendo assim é correto afirmar que o professor pode compreender as necessidades de seu aluno, uma vez que revisita as suas próprias lembranças e ali ele garimpa, as influências que possivelmente mediaram os seus passos. Contudo, não é somente olhando para o seu “eu aluno” que o professor obterá toda a compreensão da sua prática e o efeito dela no outro, mas, a partir deste posicionamento torna-se viável identificar, um esboço de causa-efeito em toda a sua história que apresentou alguma relevância para o seu direcionamento humano e profissional. Portanto, lançar luz sobre as suas memórias tendem a flexibilizar o seu próprio olhar e ações, diante a sua função de agente direto na formação e orientação do indivíduo. Um exercício constante, que não detém de uma forma padronizada e imediata às situações, mas, que molda sua identidade profissional permitindo a plenitude, com a qual levará o seu compromisso educador.

Palavras-chave


aluno; escola; educação; professor; educação física escolar; memorial; identidade docente; marcas formadoras;

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