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A CONTRIBUIÇÃO DA CRIANÇA AO PROCESSO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA
Cleidimar Alves Sousa

Última alteração: 2018-09-02

Resumo


Neste trabalho procuramos contribuir para as discussões sobre a efetivação do direito da criança a ser ouvida e ter sua opinião levada em conta nos assuntos que afetam sua vida (NAÇÕES UNIDAS, 1989; BRASIL, 1990a), principalmente no que se refere a relação com a escola.
Com o objetivo de reconhecer a contribuição da criança ao processo de gestão democrática da escola, procuramos desenvolver uma metodologia de observação e análise das crianças de 5 anos da escola UMEI Maria Emelina Mascarenhas Barcellos em Vila Velha ES e na busca por respostas para as questão que guiam a construção do objeto de estudo desta investigação, nos propusemos a perseguir dois objetivos, Fazer um levantamento das metodologias de pesquisa adequada para dar vez e voz ás crianças e o segundo criar um canal de escuta dos relatos das crianças, acerca das providências que gostariam de ver encaminhadas no âmbito profissional, para atender suas necessidades e interesses.
Esta investigação é de cunho teórico e busca num primeiro momento ver como os autores discutem como dar vez e voz as crianças, suas metodologias e analises. Do ponto de vista prático estamos fazendo uma pesquisa de inspiração etnográfica, através de uso da observação participante por meio de vídeos e transcrevendo este registro para possível análise compreensivo crítica, levando em consideração a fala de Manuel Sarmento 2003 em que se refere ao registro por imagem como sendo uma forma de ir além da linguagem falada, pois os movimentos e intenções das crianças falam muito mais.
Comecei a fazer parte do grupo CRIA coordenado pelo professor Nelson Figueiredo da UFES, e nos estudos e nas citações de Manuel Sarmento descobri a sociologia da infância e que dar vez e voz a criança numa perspectiva epistemológica era objeto de estudo de muitos pesquisadores.
Comecei a ler alguns artigos como “Estudo de caso etnográfico em educação” por Manuel Sarmento (2003) onde ele diz que o formato metodológico dos estudos organizacionais da escola é o estudo de caso, percebi um caminho possível para os relatos das crianças. Depois ao ler Fernanda Miller em “Infâncias nas vozes das crianças” (2006) que tratava de uma pesquisa realizada numa escola de educação infantil, captadas a partir de vozes das crianças que superam os relatos orais através de um estudo de inspiração etnográfica, percebi a possibilidade de poder criar um canal, nas minhas aulas de educação física e assim dar vez e voz às crianças dentro de um processo de gestão democrática.
Comecei a ler o texto “Investigação da infância e crianças como investigadoras: metodologia participativa dos mundos sociais da criança” (2004) por Natália Fernandes Soares, Manuel Jacinto Sarmento e Catarina Tomás e nele os autores propõe uma metodologia participativa que assumam as crianças como parceiras na investigação, crianças como sujeitos do conhecimento, a sociologia da infância ao considerar as crianças como atores sociais e como sujeitos de direitos, assume a participação da criança como central na definição de um estatuto social da infância, o que me levou a crer que para de fato darmos vez e voz a criança e ter reconhecida a sua contribuição, é necessário que a escola garanta o espaço legalizado para a escuta e ações efetivas que atendam ás necessidades e interesses das crianças num processo de gestão democrática.
Cabe a partir dessa investigação verificar se a contribuição da criança na escola é uma participação restrita dentro do processo democrático e se a própria escola aceita esta contribuição para qualidade ao ensino.

Palavras-chave


voz, criança, gestão democrática

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