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SAÚDE COLETIVA E PRÁTICAS CORPORAIS: UMA EXPERIÊNCIA COM METODOLOGIAS ATIVAS EM UM CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Última alteração: 2018-08-28
Resumo
A divisão da formação em licenciatura e bacharel em Educação Física Steinhilber (2006) e por considerar que o trabalho na área continua por se caracterizar pela prática docente frente atuação profissional no Sistema e considerar que Único de Saúde (SUS) é o objeto desse relato de experiência pedagógica (RODRIGUES, 2011). Descrever o uso de metodologias ativas no trato pedagógico sobre saúde coletiva e educação física na atenção básica à saúde (AB), em um curso de licenciatura, de uma universidade pública, no interior do Ceará, é o objetivo desse trabalho. Com abordagem qualitativa, utilizamos a técnica de diário de campo na coleta de informações e reflexões das atividades desenvolvidas em sala e no serviço de saúde, no município de Iguatu, Ceará. As ações pedagógicas foram rodas de conversa a partir de palavras geradoras, vídeos temáticos (Skico-SOS Saúde; História da Política de Saúde no Brasil), visita técnica orientada aos Centros de Saúde da Família (CSF), práticas corporais (PC) (oficina de sensações e massoterapia), discussões em grupo e júri simulado sobre o SUS e AB, que totalizaram 20 encontros. As discussões em grupo sobre saúde, doença, SUS, promoção da saúde, prevenção de doenças, práticas corporais/atividade física, a partir dos conhecimentos prévios observamos diferentes compreensões, “confusões” conceituais e estranhamentos com a literatura da saúde coletiva. Nas visitas encontramos potencialidades e desafios do serviço de AB e do território. As PC provocaram emoções e reflexões sobre a graduação, em seguida o júri causou debates calorosos e criativos entre as equipes que contribuiu na formação dos alunos. Diante disso nota-se a fragmentação da formação em educação física contribui para o desconhecimento dos acadêmicos sobre SUS, principalmente na licenciatura. As dificuldades em torno da separação legal entre bacharelado e licenciaturas traduzem-se em dificuldades no estabelecimento da integração entre a Educação Física e a Saúde Coletiva. Deste modo aos nossos olhos nos parece uma tarefa complexa e difícil de aproximar ambas as áreas, porém mesmo com uma disciplina (condição de optativa) devemos efetivar estratégias didáticas e metodológicas ativas na busca de afetar os estudantes e docentes em se apropriarem desse legado, que é a saúde pública/coletiva brasileira, e almejar mudanças significativas na formação inicial. Embora reconhecêssemos o quanto avançamos e ainda devemos desenvolver sobre formação e atuação profissional/professor licenciado ou bacharelado de Educação Física nos serviços de saúde pública. Para esse caminhar as abordagens participativas e dialógicas contribui para repensar os conhecimentos prévios e o papel da formação acadêmica. Mesmo sabendo do reconhecimento por parte do Ministério da Saúde, que diz o profissional de Educação Física na saúde pode ser licenciado ou bacharelado, essa “brecha” legal é apenas uma “ponta do iceberg” para estabelecer interfaces da Educação Física com a saúde coletiva na atenção básica à saúde. Aos nossos olhos nos parece uma tarefa complexa e difícil de aproximar ambas as áreas, porém mesmo com uma disciplina (condição de optativa) devemos efetivar estratégias didáticas e metodológicas na tentativa de afetar os estudantes, docentes e profissionais de saúde da estratégia saúde da família em se apropriarem desse legado, que é a relação educação física e saúde coletiva brasileira.
Palavras-chave
Formação em saúde. Saúde pública. Atenção primária à saúde. Educação Física
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