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É notório o quanto a atenção básica à saúde (ABS), referendada pelo modelo técnico assistencial da estratégia saúde da família (ESF) tem absorvido políticas estruturantes, a exemplo, a implantação dos núcleos de apoio à saúde da família (NASF). O NASF enquanto política estruturante da ABS completa uma década de atuação. Esta política nasce com a finalidade clara de apoio matricial à Estratégia Saúde da Família (ESF) por meio da ampliação do território e do cuidado ao usuário e família (BRASIL, 2014). A fim de compreender o processo, a estrutura e os resultados inerentes ao NASF, foi escolhido o autor Avedis Donabedian (1992), que é uma referência em pesquisa de avaliação no campo da saúde, considerando-se que seu modelo atendem totalmente aos objetivos deste trabalho, e o uso desse conceito abrange as finalidades do estudo proposto. Considera-se um momento importante a avaliação desta política e seus desdobramentos nos territórios de implantação da ESF no tocante a sua estrutura, processo e resultados (DONABEDIAN, 1992). O objetivo do estudo foi avaliar o Núcleo de Apoio à Saúde da Família na cidade de Iguatu, Ceará nas dimensões de estrutura, processo e resultados sob a ótica de seus trabalhadores. Dessa forma trata de um estudo avaliativo com abordagem qualitativa, no qual foram aplicadas individualmente entrevistas semiestruturada com seis gestores e oito profissionais de diferentes categorias do NASF e entrevista coletiva com Agentes Comunitários de Saúde (ACS). A investigação se deu no ano de 2017, no município de Iguatu, na região Centro-Sul do Ceará, sendo a mesma aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa pelo parecer 1.827.863. Utilizou-se a técnica de analise temática de Minayo (2010), a partir de uma pergunta central, diferenciando as dimensões e seus entrevistados, a seguir: como você(s) avalia(m) estrutura (gestores), o processo de trabalho do NASF (profissionais do NASF) e os resultados da atuação do NASF (ACS)? Os resultados apontam que o NASF demanda uma melhor adequação de espaço físico e mostra dificuldades da relação com a equipe de saúde da família além do reforço à clínica tradicional centrada na doença, dificultando a construção de projetos terapêuticos singulares, projeto saúde do território, articulações intersetoriais entre outras ferramentas orientadas para atuação entre as equipes NASF e saúde da família. Essa conjuntura é apontada como dificultadora da concepção de clínica ampliada e do apoio matricial como exercício diário pelos profissionais. Os ACS compreendem as limitações da atuação do NASF, entretanto reconhecem o apoio às demandas voltadas para os ciclos de vida, casos de violência e abuso de drogas, e reforçam que existe o reconhecimento dos usuários, quando atendidos pelo NASF. Conclui-se a necessidade de repensar a organização da atenção básica local de modo a otimizar a estrutura, práticas e saberes da equipe do NASF frente às demandas complexas dos usuários, bem como as potencialidades e desafios do território e da gestão do serviço de saúde. Propõe-se a educação permanente e estratégias como apoiador institucional para qualificar, ampliar e fortalecer o apoio técnico-pedagógico e um melhor redimensionamento das equipes de modo a alcançar a cobertura adequada conforme preconiza a política nacional.

Sistema Único de Saúde. Atenção Primária à Saúde. Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Avaliação em Saúde.