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Criado em 2007, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) trás consigo diversos objetivos importantes para a qualidade da educação pública brasileira; e um dos principais, é o incentivo à docência na educação básica (EB). Mas não podemos ignorar que o programa tem um potencial que vai além do incentivo aos alunos de licenciatura a dedicarem futuramente suas carreiras à escola pública. O Pibid também impacta o hoje, transformando o cotidiano das escolas envolvidas no programa e promovendo uma injeção de ânimo nos professores supervisores (PS). Temos por objetivo neste texto focalizar as expectativas dos PS que, durante o processo de seleção, escreveram uma carta descrevendo suas expectativas e o motivo do interesse em participarem do programa. No edital CAPES nº 7/2018 e edital interno PROGRAD UFES nº 003/2018, o Pibid realiza uma parceria entre a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), as Secretarias Municipais de Educação de Vitória e de Serra e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A metodologia utilizada foi a análise e comparação das cartas de intenção à bolsa apresentadas por três professores da Educação Infantil da rede pública. Em suas cartas, eles consideraram o Pibid importante para a valorização do magistério, pois mobiliza os PS como coformadores dos futuros docentes e torna as escolas protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério. A valorização do saber prático e não só do saber acadêmico propicia um diálogo e uma aproximação maior entre universidade e escola. Ninguém nasce professor; se torna professor e aprende a ser professor com a prática docente. A cada experiência vivida seja ela na sala de aula ou fora, faz com que o professor reflita sobre a sua prática e a aperfeiçoe ao longo da carreira. Tardif (2014) acredita que professores são atores cuja prática profissional não é somente balizada por saberes provenientes da formação acadêmica; mas, tal prática é também espaço de produção de saberes. Temos, nesse contexto, também uma necessidade dos PS em pensarem juntos com a UFES possibilidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador. De maneira colaborativa todos os envolvidos podem e devem buscar a superação de problemas identificados no processo de ensino público. Segundo Freire (1996), na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje, ou de ontem, que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser tal modo concreto que quase se confunda com a prática. Não é precipitado afirmar que o Pibid se tornou uma política que permite a valorização dos professores da EB e que faz da prática docente não mais uma prática solitária. Sabemos que a dinâmica escolar é bem complexa e, às vezes, até desmotivadora. Os professores se deparam muitas vezes com a falta de infraestrutura, salário baixo, turmas superlotadas, entre outras coisas que acabam interferindo na sua atividade docente. Mas o Pibid tem o potencial de mostrar aos PS a boniteza de ser professor. Desta forma finalizamos citando Gadotti (2002) que acredita que a boniteza de ser professor está no fato de ser uma atividade desafiadora, cheia de cores, tempos e espaços diferentes.

Palavras-chave: Prática profissional. Educação Física. Pibid.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 20. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido. São Paulo: Editora Cortez, 2002.

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2014.

Prática profissional; Educação Física; Pibid.