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A oficina de teatro do Programa Adolescente Cidadão (PAC) vem desenvolvendo suas atividades no Centro de Atendimento Integrado (CAI) desde agosto de 2016 com atividades que priorizam a educação e cidadania de adolescentes. Atendemos adolescente de 9 a 16 anos no contra turno escolar com 4 turmas e uma média de 20 alunos em cada, por semestre. Nosso objetivo principal na oficina é trabalhar os temas transversais envolvendo educação, protagonismos e cidadania. O PAC desenvolve suas ações na modalidade de Rodas de Ação e a metodologia adotada privilegia as discussões e reflexões com os grupos em um ambiente de aprendizagem ativa, por meio de atividades criativas, e significativas para adolescentes, entendendo que esses, como sujeitos legítimos, possuem a sua parcela de contribuição na construção dos conhecimentos (FREIRE, 1987). As ações do PAC são trabalhadas conforme os seguintes eixos: Eixo I - Educação e Cultura; Eixo II – Saúde; Eixo III – Esporte; Eixo I V - Inclusão em rede produtiva; Eixo V- Cidadania e protagonismo do adolescente. Dentro do Eixo I, utilizamos o teatro como ferramenta pedagógica para desenvolver as rodas de ação que estão atreladas a reflexão de um tema selecionado de acordo com as necessidades e realidades sociais dos adolescentes. Regina Zilbermar (org.) relata que o teatro deve ser estimulado em crianças e adolescentes por que “contribui como poderoso fator educativo para o desenvolvimento da personalidade social.” (Zilbermar, p.40, 1990).Na oficina de teatro utilizamos jogos, brincadeiras, atividades teatrais, trabalho de expressão corporal, alongamento e ginástica. Ao final de cada semestre os adolescentes da oficina de teatro apresentam peças teatrais para as escolas do bairro e público em geral. Em dezembro de 2016 foi apresentado a peça “Sementes Capixabas: retratos e relatos do bairro de Jardim Carapina” onde os adolescentes encenaram a história do bairro desde o seu surgimento, demonstrando seus desafios e conquistas. Uma outra experiência, ocorreu em junho de 2017 com a peça “Flor de Lis” que abordou temáticas importantes sobre a mulher brasileira, englobando a violência contra mulher, gravidez na adolescência, e a mulher no mercado de trabalho. No segundo semestre de 2017 foram encenadas as “Pantomimas Cidadãs” no formato de esquetes com temáticas sobre cuidados no trânsito, coleta seletiva e meio ambiente. Já no ano de 2018 encerramos o primeiro semestre com a peça “Chapeuzinho Vermelho às Avessas” trabalhando o tema violência de forma lúdica, como forma de alertar sobre a existência de “lobos maus” na sociedade atual. Em dois anos atingimos uma média de público de 2000 expectadores e através da avaliação dos relatos e registros, concluímos que essas peças repercutiram em elementos de empoderamento social, incentivando uma nova reflexão em torno das realidades, potencializando assim, uma possível transformação social. Inferimos que esses movimentos foram importantes não só para os adolescentes que fizeram parte da apresentação, mas também para alunos das escolas e público em geral que vieram participar das apresentações dos espetáculos. Nesse sentido, salientamos a relevância do trabalho com a Oficina de Teatro em suas diversas frentes, como forma de promover uma educação cidadã e consciente, que possibilite a emancipação social dos sujeitos envolvidos no processo.

Teatro; Educação; Cidadania.