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DÉFICIT COGNITIVO E DIFERENTES DOMÍNIOS DA ATIVIDADE FÍSICA DE IDOSOS PARTICIPANTES DA UNIVERSIDADE ABERTA À TERCEIRA IDADE (UATI)
João Victor Rosa de Freitas, Lucas Lima Galvão, Mayne Lopes da Silva, Fernanda Nascimento de Oliveira, Douglas de Assis Teles Santos, Rafaela Gomes dos Santos

Última alteração: 2018-09-11

Resumo


O Brasil vem sofrendo transformações expressivas em sua composição etária. Dentre tais transformações, destaca-se o acelerado processo de envelhecimento e declínio dos níveis de mortalidade e fecundidade (VASCONCELOS; GOMES, 2012). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2009), em 2030, o número de idosos deverá superar o de crianças e adolescentes em cerca de quatro milhões, diferença que aumentará para 35,8 milhões em 2050. Com o aumento da expectativa de vida, segundo a Organização Mundial da Saúde (WHO, 1989), o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas até 2025. Dessa forma, o envelhecimento populacional acentua-se um crescente número de casos de incapacidade funcional e déficit cognitivo nessa faixa etária, necessitando ser mais estudado, a fim de assegurar uma melhor qualidade de vida para essa população. O déficit cognitivo implica perturbação na orientação espaço-temporal, dificuldade de atenção e de memória, tornando a atividade física, social e intelectual do idoso limitada e restringindo sua funcionalidade (NUNES et al., 2017; MACIEL, 2010; FREITAS, et al., 2012; ARGIMON; STEIN, 2005). Schaie (1996), em um estudo longitudinal da população geral acima de sessenta anos, observou que nenhum dos participantes do estudo evidenciou um declínio generalizado em todas as habilidades cognitivas examinadas. Constatou-se que o declínio desencadeado pelo envelhecimento incidiu, especialmente, nas tarefas que exigiam rapidez, atenção, concentração e raciocínio indutivo. O nível de Atividade Física pode ser avaliado em diferentes domínios, a saber: atividade física no trabalho, lazer, como meio de transporte ou tarefas domésticas. Muitos estudos tratam sobre a incapacidade funcional e o déficit cognitivo, entretanto, ainda se faz necessário pesquisar sobre a influência que o nível de atividade física causa na função cognitiva de idosos. O objetivo foi correlacionar o déficit cognitivo com os diferentes domínios da atividade física em idosos participantes da Universidade Aberta à Terceira Idade - UATI. Estudo transversal realizado com 18 indivíduos, com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos, do programa institucional UATI, da Universidade do Estado da Bahia, Campus X, Teixeira de Freitas. Foi utilizado o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) para determinar o nível cognitivo dos participantes e o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) para avaliar o nível de atividade física em diferentes domínios. Na análise dos dados foi utilizado o teste Shapiro-Wilk seguido da correlação de Pearson ou Spearman para dados normais e não normais, respectivamente. As análises foram realizadas através do software IBM SPSS versão 20.0. Foi adotado p ≤0,05. Os idosos apresentam média de idade de 69,26 ± 6,79 com amplitude de 60 a 81 anos. Não houve correlação significativa entre o déficit cognitivo com o nível total de atividade física (r = 0,33; p = 0,17) e com os domínios específicos da atividade física, exceto uma correlação moderada para a atividade física no trabalho (r = 0,60; p = 0,008). Ter um estilo de vida saudável ao longo da vida é um fator de proteção para as diversas doenças que ocorrem no processo de senescência (DAWALIBI, et al., 2013; SILVA, 2012). A definição de envelhecimento ativo é apresentada como a “otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas” (OMS, 2005, p.13). Com base nos resultados é possível concluir que o nível de atividade física no trabalho reduz o score do déficit cognitivo. Assim, concluirmos que os idosos da UATI/UNEB que mantiveram-se trabalhando de forma remunerada ou voluntária em atividades que elevam seus níveis de atividade física possuem um fator de proteção para o déficit cognitivo.

Palavras-chave


Idoso; Déficit Cognitivo; Atividade Física.

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