Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, XV CONGRESSO ESPÍRITO-SANTENSE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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ANDANÇAS NA UCV: TEMATIZANDO E PROBLEMATIZANDO A DIVERSIDADE E A DIFERENÇA POR MEIO DA DANÇA
Danubia Aires Souza, Stephany Castro Freitas, Darlene Fabri Ferreira Rocha, Igor Gonçalves Souza, Letícia Gobi Hackbart

Última alteração: 2018-09-04

Resumo


O presente trabalho se configura como relato de experiência de ações desenvolvidas no Projeto de Extensão em Dança “Andanças”, que é ofertado em uma Instituição de Ensino Superior em Vitória/ES. O grupo incentiva a participação de moradores do entorno bem como funcionários do local, e atualmente é composto por estudantes dos cursos de graduação e egressos. O projeto tem por escopo fomentar o ensino da dança na instituição, articulando as atividades propostas ao ensino e pesquisa, com vistas à produção e difusão de conhecimentos acerca dessa linguagem artística. As atividades do grupo “Andanças” tiveram início em março de 2014 e perduram até a presente data. Ao longo desse período, as seguintes ações foram desenvolvidas: 1- aulas regulares semanais; 2- apresentações internas e externas; 3- apresentação de trabalhos fruto das reflexões e pesquisas advindas das ações propostas em diferentes congressos e seminários dentro e fora do estado; 4- criação e apresentação de três espetáculos de dança apresentados na própria instituição e outros espaços; 5- propostas de intervenção com a linguagem da dança em escolas públicas municipais e em projetos sociais. Com a metodologia proposta, buscamos tematizar e problematizar questões sociais diversas por meio da linguagem da dança, tendo como aporte teórico-metodológico os pressupostos da Arte-Educação, conforme preconiza Barbosa (1984), e o diálogo com a perspectiva Freiriana (FREIRE, 1967; 1968; VENTORIM, 2000). Nesse contexto, a intenção é sensibilizar os sujeitos-participantes do grupo “Andanças” e apreciadores das produções desenvolvidas para uma leitura crítica de questões que atravessam o corpo, a raça, o gênero e a sexualidade, bem como, as diferentes formas de discriminação e preconceito constantemente vivenciados em nossa sociedade. O dialogo Louro (2012), incita-nos a refletir que talvez seja mais produtivo, deixar de tratar as diversidades de sujeitos e práticas como um “problema” para pensá-las enquanto constituintes do nosso tempo. Tempo este, em que não cabem mais oposições binárias, frente à complexidade atual. A intenção não seria a extinção das diferenças, mas, a percepção de que estas multiplicaram-se, de forma contingente, relacional e provisória. Com a concretização temporal do projeto, ponderamos significativa pontuação dos seguintes aspectos: a) o despertar da autonomia, bem como a valorização do sujeito criador, autor de seu movimento, logo, dos significados a ele atribuídos; b) a formação de um grupo ativo e sensível em relação às diversidades e as diferenças, que busca na produção artística coletiva contrapor-se a simples reprodução mecânica e acrítica do movimento/arte. Desse modo, os resultados alcançados, juntamente aos desafios e dilemas vivenciados ao decorrer de quase cinco anos de existência/resistência, reforçam a necessidade de ampliação das ações previstas no projeto de extensão, com vistas à superação de paradigmas e estereótipos que historicamente desqualificam e inferiorizam as minorias. Assim, buscamos retratar e denunciar, por meio do corpo em movimento na dança, nossa inquietação frente aos fatos, pois, acreditamos no poder da arte como um caminho para sensibilizar os sujeitos a uma leitura crítica da realidade social. Nossa intenção é tencionar os retratos atuais por meio da arte! Arte essa que nos possibilite acreditar que novos fatos podem propiciar novos retratos!

Palavras-chave


Extensão; Dança; Diversidade; Diferença.

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