Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, XV CONGRESSO ESPÍRITO-SANTENSE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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Os Benefícios da Atividade Física e a Capacidade Funcional na Vida Diária de Mulheres Idosas
Marcus Vinnycius Jesus

Última alteração: 2018-08-28

Resumo


Diante do envelhecimento populacional do povo brasileiro como apontam Freitas (2006) e Costa, Nakatani e Bachion (2006), a meta do atendimento à saúde passa a ser não apenas o prolongamento da vida do indivíduo, mas também a garantia da sua capacidade funcional. No que diz respeito à legislação relativa à proteção e promoção de qualidade de vida do idoso o Brasil tem avançado na história recente. O documento mais importante, no que tange à legislação, sem dúvidas, é a Constituição Federativa de 1988, a Carta Magna do país. A Constituição dá diretrizes gerais sobre os cuidados com os idosos. No art. 229, do cap. VII, ela afirma que “[...] os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade” (BRASIL, 1988). Esta pesquisa teve como objetivo identificar os benefícios da atividade física regular na relação capacidade funcional e sensação subjetiva de bem-estar em mulheres idosas. Durante o estudo, realizado entre os anos de 2013 a 2016, foi acompanhado um grupo de 120 mulheres na faixa etária de 60 a 84 anos que participam do projeto “Movimento e Vida”, participantes do Centro de Promoção de Atividade Física (CEPAF) - ferramenta auxiliar na qualidade de vida dessa parcela da população, é um somatório na prevenção de doenças coronárias e musculoesqueléticas, município de São Mateus norte do Espírito Santo. O fato de esta pesquisa não abordar homens deve-se à não adesão desse gênero ao programa, pois, com inconstâncias na participação das atividades propostas, caracterizaria uma pesquisa sem quorum e também pela quantidade da amostra que não atingiria o necessário para idealizar este trabalho. A partir dos aportes teóricos do American College of Sports Medicine, bem como de autores como Papaléo Netto, Victor Matsudo entre outros, buscou-se dar sustentação teórica a este trabalho. Empreendeu-se uma pesquisa de campo através do estudo de coorte retrospectivo, visando identificar os benefícios produzidos pela atividade física regular e orientada de natureza interdisciplinar, sendo Fisioterapeutas, Assistentes Sociais e Professores de Educação Física. Metodologicamente, como parte dos instrumentos de produção de dados, além de dados quantitativos de composição corporal, anamnese e exames complementares, foram aplicados testes de capacidade funcional, indicados por Victor Matsudo, a fim de aferir a capacidade funcional dos sujeitos da pesquisa. Numa abordagem mais subjetiva, foram aplicados questionários que permitissem aos sujeitos revelar as suas percepções de ganhos subjetivos de bem-estar, com perguntas direcionadas antes do aporte das atividades e após a intervenção. Numa abordagem metodológica comparativa, os resultados permitiram identificar uma significativa evolução da capacidade funcional das idosas participantes da pesquisa. Os resultados dos testes objetivos e dos questionários subjetivos convergiram mostrando evolução superior a 20% na classificação da capacidade funcional das idosas, levando-nos a concluir que, apesar de no período de três anos de atividade no CEPAF, evidentemente o processo de envelhecimento não fora interrompido, a capacidade funcional das idosas não apenas conservou-se como houve significativas melhoras na classificação, o que evidencia uma estreita relação entre atividade física e qualidade de vida sob o ponto de vista da manutenção e recuperação da capacidade funcional. Também orientar e incentivar a realização de atividade física é fundamental para a difusão dos comportamentos saudáveis da população. Mediante esta pesquisa observou a necessidade de incorporar novas práticas educativas que possam trazer benefícios à população para um futuro mais saudável no município de São Mateus-ES. O estudo demonstra ainda potenciais de uma abordagem interdisciplinar em Saúde Coletiva, servindo como orientador de políticas públicas.

Palavras-chave


Envelhecimento. Atividade Física. Capacidade funcional. Qualidade de vida.

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