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LIMITES E POSSIBILIDADES DA INCLUSÃO DO ALUNO AUTISTA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA SERRA-ES
Última alteração: 2018-09-04
Resumo
Esta pesquisa é originária de um Trabalho de Conclusão de curso que tematizou a relação entre a Educação Inclusiva e a Educação Física, tendo como objetivo analisar os desafios do professor de Educação Física no processo de escolarização de 2 crianças autistas, assinalando práticas pedagógicas de forma inclusiva no ensino infantil. Além disso, buscamos compreender os desafios enfrentados pelo professor de Educação Física, através de experiências vivenciadas com alunos diagnosticados com autismo no Centro Municipal de Educação Infantil, localizado no bairro Feu Rosa, Serra-ES. A pesquisa é caracterizada por um estudo observacional de caráter descritivo e analítico de natureza qualitativa (MINAYO, 2010) e se consolidou por meio da observação participante, diário de campo e planejamento de práticas pedagógicas inclusivas para uma turma de grupo III e outra de grupo IV que possuíam alunos diagnosticados com o autismo. A pesquisa envolveu diretamente a professora de Educação Física, a regente de sala e a de Educação Especial. A partir da análise de conteúdo de Laurence Bardin (1977), organizamos os dados em três blocos, identificando o que foi recorrente durante as observações e interações, sendo eles: Um primeiro bloco constituído pelos limites e possibilidades de interação do aluno com autismo nas aulas de Educação Física. Já no segundo discutimos sobre as limitações motoras apresentadas pelos alunos, e no terceiro debatemos sobre as dificuldades e possibilidades de inclusão dessas crianças nas aulas de Educação Física. Assim, além de dialogar brevemente sobre as questões históricas sobre o autismo, o caminho para a escola inclusiva e os desafios enfrentados pelos professores no processo de inclusão, compreendemos, por meio das experiências vivenciadas no espaço escolar, que a inclusão não é apenas o aluno dentro da aula, mas é necessário que o professor busque estratégias através de uma prática pedagógica inclusiva. Nesse sentido, sabemos que pensar em práticas pedagógicas voltadas para a perspectiva da inclusão é um desafio que demanda um esforço coletivo e envolve os diferentes sujeitos do espaço escolar, reconhecendo e estabelecendo às diversas dificuldades dos alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade para todos mediante currículos apropriados, modificações nas organizações, estratégias de ensino, recursos e parcerias com as comunidades. A inclusão exige da escola novos posicionamentos que implicam num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais, para que o ensino se modernize e para que os professores se aperfeiçoem, adequando as ações pedagógicas à diversidade das crianças (VELTRONE; MENDES, 2007). Concluímos que não é uma tarefa fácil incluir crianças com autismo nas aulas de Educação Física, pois diferente dos outros, existe uma dificuldade na comunicação, interação social e na assimilação das atividades propostas. Assim, a partir desse estudo reforçamos a importância do professor de Educação Física como um grande mediador no desenvolvimento de habilidades motoros, na interação das crianças com o outro e na experimentação de diferentes modos de brincar. Desta maneira, as ações colaborativas entre os discentes e os profissionais da escola são a chave para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e para garantir o direito à aprendizagem a todos os alunos. De forma que os processos de formação podem possibilitar aos profissionais a mobilização de conhecimentos necessários para a prática pedagógica, e, “[...] a partir dela, constituírem e transformarem seus saberes-fazeres docentes, num processo contínuo de construção de sua identidade como professores” (PIMENTA, 1997, p. 48).
Palavras-chave
Inclusão; Autismo; Educação Física.
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