Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, 30º ENAREL Encontro Nacional de Recreação e Lazer e IX Seminário de Estudos do Lazer

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A CONSTRUÇÃO DE EQUIPAMENTOS ESPORTIVOS E DE LAZER E A RELAÇÃO COM A METRÓPOLE: O DESPONTAR DO GINÁSIO MINEIRINHO NA PAMPULHA
Luciana Cirino Lages Rodrigues Costa

Última alteração: 2019-09-11

Resumo


Observa-se que, em Minas Gerais, ao longo da segunda metade do século XX, o crescimento do campo do esporte e do lazer foi impulsionado pelo Estado com a implementação de diferentes ações, entre elas, a construção de equipamentos esportivos (RODRIGUES; COSTA, 2014). Nesse panorama, grandes obras foram construídas para tornarem-se palcos esportivos, em diferentes cidades. Em Belo Horizonte, tivemos a construção de dois grandes espaços para o esporte e o lazer: o Estádio Minas Gerais - Mineirão -, inaugurado em 1965, e foi planejado para ser o palco do futebol e do atletismo; e o ginásio Palácio dos Esportes - Mineirinho -, inaugurado em 1980 e foi planejado para estimular o desenvolvimento do esporte amador e para a realização de diversas atividades culturais. Conforme apresentado por Carsalade (2007), a Pampulha figurou como espaço promotor do esporte e do divertimento para a cidade, desde os primeiros anos após a construção da barragem. E, com a aceleração do adensamento populacional na cidade e a expansão da urbanização, essa região também passou por novos contornos na constituição da metrópole. Desse modo, desponta a seguinte indagação: qual a relação da construção do Mineirão e do Mineirinho com a reconfiguração espacial da região em que se encontram? Esta é a questão central na realização do presente estudo, que é parte da pesquisa de doutorado concluída em julho de 2019, e que teve por objetivo identificar e analisar os processos que impulsionaram a construção do Palácio dos Esportes, popularmente conhecido por Mineirinho. A metodologia utilizada compreende a história oral, a análise de documentos do arquivo da Administração de Estádio de Minas Gerais (ADEMG), do Arquivo da Cidade de Belo Horizonte, da Hemeroteca da Biblioteca Pública Luís de Bessa e também do arquivo pessoal de um dos gestores que atuou na ADEMG, na fase da construção do Mineirinho. As fontes indicam que: a construção do Mineirão e do Mineirinho impactou a configuração espacial do local em que se encontram e também da região mais próxima a eles, impulsionando, inicialmente, a retirada da vegetação existente no local; a atuação do Estado de modo mais intenso no processo de constituição de redes de água, esgoto e comunicação, atendeu, em especial, os dois equipamentos, e beneficiou também as imediações. Uma vez inaugurados, esses dois equipamentos impulsionaram o aumento do fluxo de pessoas na região e a reconfiguração daquela parcela da Pampulha, constituindo-se como novos espaços de lazer, na metrópole.