Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, 30º ENAREL Encontro Nacional de Recreação e Lazer e IX Seminário de Estudos do Lazer

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PERCEPÇÕES DOS ALUNOS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO SOBRE A VIVÊNCIA COM JOGOS COOPERATIVOS
Maria Eduarda Tomaz Luiz, Wihanna Cardozo de Castro Franzoni, Tamara Botelho Pavanatti, Marcela Almeida Zequinão, Alcyane Marinho

Última alteração: 2019-09-11

Resumo


O Estágio Curricular Supervisionado é um significativo momento para a construção docente. No período de observação, que antecede as intervenções, da turma do Estágio Curricular Supervisionado no Ensino Médio, de uma escola estadual de Educação Básica, de São Jose, (SC), foi levantada a necessidade de trabalhar com a cooperação, devido ao comportamento e à postura dos alunos com seus colegas e professores. Partindo dessas considerações, este estudo teve como objetivo identificar a percepção dos alunos sobre a vivência com jogos cooperativos. Trata-se de uma pesquisa de campo, descritivo-exploratório, com abordagem e análise qualitativa (GIL, 2010). Ao longo do estágio foram realizadas algumas aulas com o tema de jogos cooperativos e, na segunda intervenção com os jogos cooperativos, os alunos vivenciaram o jogo “aldeia”, foco específico deste trabalho. O objetivo era o grupo conseguir empilhar os oito blocos de madeira, que compõem a principal parte do jogo, de forma que a torre pudesse se manter estável após a colocação do último bloco. Participaram desta pesquisa 27 alunos, do 1º ano do Ensino Médio, de uma escola estadual de Educação Básica, os quais assinaram um termo de assentimento. Para obtenção dos dados foi utilizado um questionário com cinco questões abertas que vislumbraram compreender as percepções dos alunos acerca dos jogos cooperativos oportunizados. Os dados foram organizados com o auxílio do software Excel e analisados por meio da técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (2009). Foram percebidos importantes aspectos na realização do jogo, como: a resistência de alguns alunos em participar; conflitos internos entre alunos; falta de cooperação e utilização de estratégias. Os conflitos foram marcados por intrigas já existentes entre subgrupos da turma. Estes elementos também puderam ser identificados nas respostas dos alunos, visto que, quando questionados sobre as dificuldades encontradas durante o jogo, respostas como: falta de comunicação, sintonia/ritmo, cooperação e maturidade; foram evidenciadas. Ao considerarmos a ideia de Brotto (2001), de que nos jogos cooperativos os participantes devem jogar uns com os outros, ao invés de uns contra os outros, acredita-se que estas dificuldades surgiram, principalmente, pelos conflitos supracitados que repercutiram na falta de cooperação de alguns colegas. Assim, estresse, impaciência, ansiedade, aflição, frustração e tensão foram sentimentos que se destacaram durante o jogo. Entretanto, quando questionados sobre o que mais gostaram no jogo vivenciado, a resposta mais mencionada foi o trabalho em equipe, o que resultou em sentimentos, como: felicidade, diversão, satisfação e aprendizagem. Neste sentido, este cenário se mostrou de tensão, contradição e conflito. Ressalta-se que muitos alunos criaram estratégias de posicionamento e movimentação para conseguir encaixar as peças sem as deixar cair, porém, foi necessária a liderança de alguns alunos para, apesar das dificuldades encontradas, conseguirem cooperar para atingir o objetivo do jogo. Também foi possível identificar uma percepção positiva dos alunos quanto à vivência com o jogo, uma vez que esta influenciou nas condutas dos alunos nas aulas subsequentes. Deste modo, considera-se o tema abordado como uma significativa ferramenta a ser trabalhada no Ensino Médio, principalmente quando se tratar de turmas conflituosas.