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Trata-se o presente trabalho de uma ação de extensão denominada ComparTrilhando, a qual tem por objetivo proporcionar um espaço de experiências e aperfeiçoamento do conhecimento dos alunos do curso de Educação Física no campo das práticas corporais e de aventuras na natureza. As justificativas sustentadoras do projeto emergiram em função dos hiatos de um conhecimento específico ao longo da formação acadêmica dos alunos do curso no que tange ao entendimento da relação vivida no contexto relacional educação-corpo-natureza. Nesse sentido, entendemos que se faz urgente buscar aprofundar sobre os diversos conhecimentos que envolvem a temática, compreendendo sua problemática, suas potencialidades educativas e suas dimensões sócio-histórico-culturais. Assim, nos referenciamos na necessidade de construção de uma educação baseada em uma ecologia profunda, a qual capacita o sujeito a desenvolver simultaneamente um olhar para o universo e para si mesmo enquanto unidade, como explica Aveline (1999). Também, na necessidade urgente de atuação de sujeitos tecnicamente competentes, capazes de “saber fazer”, como sugere Demo (2002). Metodologicamente o projeto encontra-se estruturado com as seguintes proposições: a) ponto de encontro (grupo de estudos); b) organização de seminários sobre diferentes temáticas com palestrantes convidados; c) organização, implementação e avaliação de propostas de ação de lazer (trilhas, oficinas, minicursos) abertas à participação da comunidade e escolas; d) levantamento/mapeamento de espaços e equipamentos existentes para tais práticas na Ilha de Florianópolis e no Estado; e) produção de um manual educativo para realização de trilhas ecológicas; f) seleção e (re)criação de propostas de intervenções possíveis de serem implementadas nesses ambientes; g) estabelecimento de parcerias com instituições para co-criação de projetos. Quanto aos resultados alcançados em um ano de andamento do projeto, destacamos: a) realização de um seminário temático com vários convidados especialistas; c) participação em um evento científico internacional com a apresentação de um trabalho; d) estabelecimento de parceria com escolas públicas e outras instituições; e) realização de três trilhas abertas a comunidade, com a participação média de 60 pessoas por trilha, incluindo nelas diferentes vivências, sendo: Trilha do Gravatá com Oficina de Acro Yoga; Trilha de Naufragados com Meditação e Oficina de conhecimentos sobre segurança no mar; Trilha do Gravatá com um grupo de Reikianos; e) Projeto de Trilha com escolares, elaborado com base na co-criação e proposição de oficinas lúdicas de construção de “cajados mágicos” e outros instrumentos para utilização na trilha. Essa última, consideramos ser uma tentativa de despertar o sensível de cada um a partir da integração do conhecimento e do universo imaginário, sintetizado em práticas cocriativas que envolvem as dimensões ecológica-ambiental e corpo-natureza. Fomentamos assim a tomada de consciência da co-responsabilidade da preservação do ambiente para a construção de uma Cultura de Paz.