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INTERESSES, LIMITES E PERSPECTIVAS PARA O LAZER NO MUNICÍPIO DE BRAGANÇA-PA
Última alteração: 2018-03-28
Resumo
O desenvolvimento do lazer depende dos locais existentes na cidade e de sua utilização pela grande massa populacional, bem como das ações do Estado por meio de políticas públicas para e pelo lazer. Os espaços de lazer são importantes elementos de urbanização das cidades e estruturas necessárias para garantia do direito ao lazer, por isso, deve-se desenvolver políticas públicas que contemplem e propiciem oportunidades de vivencia-lo. Porém, identifica-se concentração de benefícios no centro urbano, o que afasta as camadas mais pobres porque esses locais estão longe das áreas residenciais, e isso dificulta a locomoção e por consequência o acesso. Assim, este estudo buscou analisar interesses, limites e perspectivas para o lazer dos frequentadores das praças do município de Bragança-PA. Os procedimentos metodológicos utilizados foram estudo de referencial teórico, o instrumento para a coleta e análise de dados foi o questionário e a análise de conteúdo. Quanto aos resultados, identificou-se que o município apresenta praça de esporte e lazer (14,30%), praça de passagem (14,30%), praça de permanência (50%) e praça religiosa (21,40%) as quais se encontram nos bairros centrais (71,40%), com exceção das praças de esporte e lazer (100%) que estão em bairros periféricos. O público que as frequenta possui faixa etária de 14 a 24 anos (68,38%), de 25 a 59 anos (26,92%), acima de 60 anos (7,7%). O percentual de estudantes foi de 70% e se identificou a presença de profissionais autônomos, funcionários públicos, donas de casa e aposentados As atividades de lazer mais frequentes são: jogos eletrônicos (4,35%), leitura (4,35%), festas (4,35%), comer (13,4%), esporte (30,43%), dança (4,35%), encontrar os amigos (21,73%), assistir televisão (4,35%), descansar (4,35%), passear (4,35%), compras (4%). Os espaços de maior interesse foram: balneários (24,24%), orla (21,21%), bares (6,06%), sítios (9,10%), mirante (12,12%) e outros (27,27%). A maioria compreende que a cidade apresenta uma quantidade suficiente de espaços de lazer (69,23%), mas indicam a necessidade de novas atividades e equipamentos, como: programação cultural e artística (10%), shopping (25%), espaço para esportes radicais (10%), parque de diversões (5%), aparelhos de ginástica (5%), espaço e evento de música ou dança (20%), cinema (20%), outros (5%). A segurança pública (50%), o transporte (33,33%) e a infraestrutura do município (16,67%) são as principais barreiras para acesso ao lazer. Destaca-se que o público das praças de permanência não são residentes dos bairros centrais (92,31%) e precisam se deslocar para acessa-las, provavelmente pela ausência ou precariedade deste equipamento próximo a suas casas. As atividades de lazer de maior destaque são os esportes, encontrar os amigos e sair para comer, o que demonstra necessidade em investimento de locais para tais fins. As praças são os equipamentos de lazer mais frequentados, provavelmente pelo baixo custo, porém alguns espaços e atividades de lazer são evitados por causa da insegurança. Diante desses números, devemos nos preocupar com ações públicas para o desenvolvimentos de políticas públicas para o lazer, especialmente para o atendimento de determinadas demandas apresentadas pelos frequentadores das praças, e considerando a diversidade de sujeitos, pois o acesso a praça é majoritário para jovens e adolescente. Além disso, deve-se alinhar outras ações, especialmente na esfera da segurança pública, da mobilidade urbana e da infraestrutura municipal para a garantia de acesso as atividades e espaços de lazer.
Palavras-chave
Lazer. Interesses. Acesso.