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O presente trabalho tem como objetivos escrever a história dos Jogos Indígenas realizados no Estado do Amapá, entender os sentidos e significados das manifestações esportivas produzidas nos jogos indígEenas, compreender a relação dos jogos indígenas nos cotidianos das aldeias, inventariar a cultura material e imaterial de movimento dos povos indígenas do Amapá, demonstrar a importância dos jogos indígenas no reconhecimento e valorização da cultura dos povos indígenas do Amapá. Contribuindo para que sejam mantidas as expressões da identidade indígena a partir dos saberes produzidos através da expressão corporal. Dependendo do significado que cada sociedade tem de jogo, levando sempre em consideração com quem se joga, há uma variação do seu sentido, isto porque desde que passamos a fazer parte do mundo, percebemos o quanto ele nos é dado repleto de sentidos/significados e nos comunicamos com ele por meio das mais diversas práticas, que podem ser práticas corporais, da língua, da cultura simbólica e material, enfim, uma dimensão das experiências/ vivências humanas passíveis de serem propiciadas também pelo movimentar-se nas mais diferentes formas culturais (BRACHT, 2003, p.51). Essa variação nos dará a liberdade de pensar os jogos indígenas como um evento competitivo, esportivo, porém, que engloba práticas de jogos tradicionais e rituais da cultura indígena, discutidos entre os vários autores, entre eles: Cullin (1975), Rocha Ferreira (2005), Lévi-Strauss (1997). Além desses aspectos, o evento ainda engloba o lúdico, já que a brincadeira e o jogo constituem uma forma de se educar nas sociedades indígenas. Fassheber (2006) afirma que, nos dias atuais, os jogos tradicionais indígenas são o que cada povo inventa e cria de forma bastante diversificada, a fim de manter a identidade de sua vida lúdica e ritual. Nesse sentido, temos em relação a nossa proposta metodológica à busca de documentos que pudessem contribuir para entender a origem dos jogos no Estado, caracterizando o presente trabalho como uma pesquisa qualitativa de caráter documental (Severino, 2009, p.122), realizada na procura minuciosa de documentos que relatem sobre os jogos, além de pesquisa histórica, entrevistas e diário de campo. Para isso, percorremos museus, Secretaria de Estado de Desporto e Lazer (SEDEL), COMEL, Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Associações Indígenas, entre outros. Na caminhada para a busca de relatos históricos que pudessem colaborar com esta pesquisa percebermos o quanto há ausência de conhecimentos a respeito das práticas realizadas pelos diversos ”atletas” das aldeias, que participam das modalidades apresentadas durante os jogos. Não existe um acervo com material sobre os Jogos na Secretaria de Estado do Desporto e Lazer (Sedel) e Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas do Amapá (Sepi) que, atualmente promovem o evento; destacando assim um “descaso” em relação ao que estamos pensando sobre o patrimônio cultural de movimento humano e sobre a memória dos jogos indígenas no estado do Amapá. O que indica a necessidade de buscarmos outras narrativas e resíduos do que foram os jogos para inventarmos a história dos Jogos Indígenas do estado do Amapá.