Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, III Congresso Norte-brasileiro de Ciências do Esporte

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A DIFÍCIL TRAJETÓRIA DE JOGADORES PROFISSIONAIS DE FUTEBOL NO NORTE DO PAÍS: RELATOS DA VIDA DE ARTHUR OLIVEIRA
Pedro Brandrão, Bruno Ferreira, Lucas Castanheira

Última alteração: 2012-08-17

Resumo


A problemática deste estudo inscreve-se no contexto temático sobre Memórias da Educação Física e do Esporte. Tem por objetivo analisar as dificuldades enfrentadas por atletas de futebol da região norte do Brasil diante da busca pela tão sonhada ascensão social no/pelo futebol. Sabemos que tornar-se um jogador de futebol é o sonho de muitos jovens pelo país e também uma profissão de risco, pois muitos abandonam a família e os estudos para “aventurar-se” na busca pela tão sonhada carreira milionária, logo, a identificação destas dificuldades pode contribuir com referência crítica sobre a pauta em questão, justificando, portanto, a iniciativa deste trabalho. A metodologia da história oral foi a opção heurística para capturarmos o depoimento de Arthur Oliveira, ex-jogador de futebol do Clube do Remo, campeão por várias vezes e ídolo da torcida paraense, o mesmo foi registrado em vídeo. A narrativa envolveu elementos da vivência deste ex-atleta no esporte, desde sua infância precária em solo acreano, passando pelo Pará, até o sucesso nos gramados da Europa. A interpretação dos dados ocorreram através da análise de conteúdo, sendo que tais procedimentos foram autorizados por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os resultados encontrados foram que o relato e recordações do ícone esportivo indicam que o afastamento da região norte do centro esportivo mais avançado do país provoca pouca visibilidade de atletas que se destacam no cenário local. Outro elemento foi que a pouca expressão dos clubes e federações do Norte, assim como a falta de infra-estrutura acabam não fornecendo condicionantes básicos para o desenvolvimento da descoberta de novos talentos. Também ficou evidente que a desvalorização local dos atletas da região por parte de dirigentes e o amadorismo na gestão dos clubes é fato recorrente. Por fim, identificamos que a maioria dos jovens que arriscam-se na profissão são de baixa renda e, consequentemente, quando não conseguem a realização dos seus sonhos, acabam tornando-se mão-de-obra desqualificada no mercado de trabalho por conta de muitos abandonarem desde muito cedo os estudos e. com isto, conclui-se que os clubes de nossa região ainda carecem de estrutura e pessoas qualificadas em sua gestão. Para um trabalho estrutural consistente, os dirigentes de futebol precisam garantir melhores condições para seus atletas, através de captação e ampliação dos recursos. Se a finalidade é ganhar destaque e visibilidade nacional, os atrativos para investimentos são os próprios atletas, portanto, estes precisam de reconhecimento pessoal e financeiro, o qual pode viabilizar uma equiparação com os principais centros esportivos do país, diminuindo, assim, as disparidades entre os extremos do Brasil e, quiça, mudar a “história de contradições do futebol paraense” (COSTA, 2007).

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