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A influência da mídia para um jogador: futebol espetáculo vs “futebol-lazer”
Maritza Lordsleem Silva, Ana Raquel Mendes dos Santos, Diogo Barbosa de Albuquerque, Clara Freitas

Última alteração: 2016-09-20

Resumo


A sociedade moderna é caracterizada pela elevada velocidade na transmissão de informações, tornando tudo e a todos efêmeros e descartáveis. No futebol não poderia ser diferente e, a mídia é a maior responsável por influenciar este fenômeno esportivo, os atletas, treinadores e torcedores. Diante disto, o objetivo da investigação foi analisar a influência da mídia para os jogadores de futebol profissional a fim de compreender as diferenças e aproximações entre o futebol profissional e o futebol com caráter de lazer. Foi realizada uma pesquisa descritiva de campo, com abordagem qualitativa, com jogadores de futebol da equipe sub 20 do time pernambucano Santa Cruz, com idade igual ou superior a 18 anos. A seleção da amostra foi baseada no critério de saturação dos dados, contando, assim, com um total de 37 atletas participantes. Para a coleta das informações foi adotado um Roteiro de Entrevista Semiestruturada que levantou questões referentes ao Universo simbólico do futebol na sociedade do espetáculo: rituais e mitos dos jogadores e torcedores, entretanto, para este trabalho, foram utilizadas apenas as informações referentes à influência da mídia para os jogadores de futebol. As informações, obtidas com auxílio de um gravador de voz, foram transcritas e posteriormente analisadas por meio da análise de conteúdo. Os dados sociodemográficos foram analisados com auxílio do software SPSS para Windows versão 10.0 e apresentados em frequências absoluta e relativa. Para a demonstração gráfica da categoria de análise “Influência da mídia”, foi utilizado o software Go Diagram Express versão 2.6.2. Os diretores do Santa Cruz assinaram uma carta de anuência e todos os atletas assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aceitando participar da pesquisa. Os resultados demonstram que a maioria dos sujeitos participantes tinham entre 18 e 19 anos (56,7%), eram solteiros (94,6%), pardos/morenos (56,8%) e tinham concluído o ensino médio (45,9%). Em relação ao envolvimento com o futebol, 67,6% tinham experiência em outros clubes, 24,3% eram volantes, 18,9% jogavam na posição de meio campo, estavam jogando no Santa Cruz há 3 meses (21,6%) e recebiam, em sua maioria, uma ajuda de custo (54,1%). Os discursos mostraram que a maioria dos atletas acreditam que a mídia é capaz de influenciar sua carreira e seu rendimento tanto positivamente quanto negativamente, segundo atleta J10: “Eu acho que sim, eu acho. Porque pra mídia tanto faz colocar o jogador lá em cima no momento bom, como também colocar o jogador lá em baixo”. A mídia também é capaz de torna-los conhecidos e famosos, segundo o relato de J23: “O crescimento. O cara aparecer na televisão assim... na revista, no jornal. Acho que é um crescimento pro jogador”. A mídia constitui um veículo de transmissão de informações efêmeras e mutáveis como a sociedade em que está inserida, sendo, por vezes, positiva e em outros momentos negativa para os jogadores. É possível que a influência da mídia esteja, de fato, relacionada à própria característica do esporte de rendimento, que diferentemente do “futebol-lazer”, exige um grande espetáculo por parte dos atletas, exaltando-os quando os fazem ou criticando-os quando perdem.

Palavras-chave


Esportes; Futebol; Mídias; Lazer

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