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COMPRIMENTO DA MÃO EM JUDOCAS DO SEXO MASCULINO: UMA VANTAGEM MECÂNICA PARA PRODUÇÃO DE FORÇA
André Pontes Silva, Emerson Barata Fragoso, Gustavo dos Santos Ribeiro, Wagner Zacanni, André Luiz Lopes

Última alteração: 2018-09-22

Resumo


Judô é um esporte caracterizado por ações de alta intensidade visando à projeção e/ou a imobilização do adversário (FRANCHINI et al., 2011). O Kumi Kata (técnicas de pegada) é uma etapa fundamental neste processo, pois determina quem irá dominar o Judogui (kimono) para aplicar de forma mais segura sua técnica, além de evitar ações indesejadas do oponente (SACRIPANTI, 2013). Indiscutivelmente, a força de preensão manual é determinante para o Kumi Kata, porém outros parâmetros podem favorecer a biomecânica do movimento. Este estudo busca comparar o comprimento da mão de judocas do sexo masculino com estudantes universitários e avaliar sua relação com a produção de força. Neste estudo transversal, 13 judocas do sexo masculino e 45 estudantes universitários foram avaliados de acordo com as diretrizes da International Society for the Advancement of Kinanthropometry. Utilizou-se um segmômetro (CESCORF, Porto Alegre) para medir a distância entre o ponto médio-estiloide localizado na face anterior do punho e o ponto distal do dedo médio. Neste momento, os sujeitos permaneceram com o cotovelo fletido, o antebraço supinado e os dedos estendidos. O comprimento mediodactiloidal é expresso tanto em valor absoluto (média e desvio-padrão) como padronizado (mediana, [limítrofe inferior – superior]). Além disso, 10 atletas realizaram o teste de preensão palmar de acordo com as recomendações da American Society of Hand Therapists. Utilizou-se um dinamômetro digital (CAMRY, China) para avaliar o pico de força isométrica. Os dados foram analisados no GraphPAD Prism. Os testes Shapiro-Wilk Mann-Whitney e Spearman avaliaram a normalidade, compararam as médias e correlacionaram o comprimento da mão e o pico de força isométrica (p<0,05). O tamanho do efeito de Cohen foi usado para determinar a magnitude da resposta. Observou-se que o comprimento da mão dos atletas é maior do que dos estudantes (20,7 ± 1,6 vs 19,2 ± 0,8 cm; p = 0,0016). Os judocas apresentaram o score-z de 1,79 (1,18 – 2,35) enquanto que os estudantes exibiram um score-z de -0,24 (-0,46 – -0,01). O teste de Cohen indicou tamanho de efeito muito grande (d = 1,56). Além disso, observou-se forte correlação entre o pico de força isométrica e o comprimento da mão dos atletas (rs = 0,939 ; p = 0,0001). Nossos dados evidenciam que judocas do sexo masculino apresentam o comprimento de mão maior que seus pares universitários, indicando vantagem biomecânica para produção de força uma vez que o comprimento da mão exibiu forte correlação com a força de pressão manual.

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