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BRINQUEDOS DE SAÚDE: educação popular e animação cultural com a população em situação de rua de Belém-PA
Lucília da Silva Matos, Larissa Gonçalves Medeiros

Última alteração: 2018-09-18

Resumo


O presente trabalho objetiva investigar as práticas denominadas Brinquedos de Saúde, analisando as possibilidades e limites nas relações entre os campos do lazer, educação e cuidado, a partir das contribuições da educação popular e da animação cultural. Trata-se de uma pesquisa-ação (TRIPP, 2005), esforço de produção teórico-prática continuada, sistemática, realizada por meio de acompanhamento das experiências teórico-práticas provenientes do Projeto de Extensão da Universidade Federal do Pará “Brinquedo de Saúde: ludicidade, lazer e educação popular para a produção de cidadania e saúde mental”, que são desenvolvidas em espaços públicos da cidade de Belém; bem como dos processos formativos do grupo de cuidadores brincantes (professores, estudantes e artistas) envolvidos na execução do projeto, com a finalidade de sistematizar e aprimorar a prática. Os principais resultados foram: as categorias, animação cultural (MELO, 2006) e educação popular (FREIRE, 2007; BRASIL,2014), contribuem para invenção de estratégias alternativas de produção de saúde e cidadania com a população de rua a partir de experiências de construção coletiva do conhecimento; o caráter lúdico, a liberdade de escolha do conteúdo cultural e a flexibilidade do tempo de entrega que marca as experiências de lazer contribuem para o estabelecimento de uma ética-estética do encontro; o brincar facilita o estabelecimento de vínculos possibilitando uma educação libertadora. O projeto propõe Brinquedos de Saúde como fonte importante de encontros capazes de operar criticamente estratégias e modos de convívio, trabalhando afetos para liberar vida na cidade, como uma ética do encontro que atravessa a clínica peripatética de uma prática de aprender caminhando (LANCETTI, 2008). Esta experiência aponta o encontro de saberes e práticas entre o brincar e o cuidar como disparador de possibilidades de ética-estética comprometidas em liberar vida em Belém, uma das cidades mais violentas do mundo.

Palavras-chave: Brinquedo de saúde. Animação cultural. Educação Popular.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde. II Caderno de Educação Popular em Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Brasília, 2014.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

LANCETTI, Antônio. Clínica peripatética. São Paulo: HUCITEC, 2008.

MELO, Victor Andrade de. A animação cultural: conceitos e propostas. Campinas: Papirus, 2006.

TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005. Disponível em: . Acesso em 02 jan. 2018.

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