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DANÇAS CIRCULARES NA ESCOLA: UMA POSSIBILIDADE PEDAGÓGICA INCLUSIVA
Renata de Moraes Lino, Ingrid Dittrich Wiggers

Última alteração: 2020-08-18

Resumo


PALAVRAS-CHAVE: dança circular; escola; inclusão.

INTRODUÇÃO
A presente reflexão aborda o trabalho realizado no processo de construção e composição de uma coreografia de danças circulares e debate sobre as possibilidades de estender o mesmo para dentro do ambiente escolar. Tem como objetivo apontar uma opção de trabalho inclusivo dentro da escola, utilizando as danças circulares como uma possibilidade educacional.
As danças circulares se baseiam em várias danças, sendo passadas entre gerações, o que torna difícil datar a sua gênese. Segundo Michailowsky (1960) a dança em relação à outros tipos de arte foi a primogênita, enquanto a música e a poesia decorrem no tempo e as artes plásticas e a arquitetura modelam o espaço, a dança vive simultaneamente no tempo e no espaço. “O criador e a criação, o artista e a obra de arte são indivisíveis na dança. Antes de confiar as suas emoções à pedra, à palavra, ao som, o homem serve-se do seu próprio corpo para organizar o espaço e para ritmar o tempo.” (MICHAILOWSKY, 1960, p.39).
De acordo com Gonçalves de Paula (2009), o ser humano nas suas relações sociais e em grupo sempre adotou como primeira formação espacial a roda, na qual as culturas antigas ligadas à terra percebem a facilidade de estar e fazer junto. Por meio da roda o grupo social aprende a trabalhar em unidade. Nela, todos fazem parte de um mesmo conjunto, não há diferenciação no papel em que cada pessoa representa. Todos são importantes independentemente de suas diferenças.
A partir da formação em roda no contexto da dança é que surgiram as danças circulares. Elas são manifestações populares e folclóricas de diversos povos. As danças circulares são realizadas em sua maioria em grupos, de mãos dadas, voltando-se todos os participantes para um centro. Ali são executados movimentos diversificados, ajustando a roda em formas variadas. Segundo Ostetto (2009, p.179) “a principal e mais comum é a formação em círculo, que pode abrir-se ou fechar-se, desenhando linhas, espirais, meandros na sua movimentação”.
É uma dança interessante para o contexto escolar, pois permite que qualquer pessoa, de qualquer idade possa dançar. A maioria de seus movimentos é simples e suas coreografias repetitivas facilitam o processo de aprendizagem. Segundo Piazzetta (s.d) as cirandas entram na sala de aula através de rodas cantadas e brincadeiras de rodas permitindo que professores e crianças brinquem juntos. As crianças exercitam a relação com os demais e constroem seus objetivos se preparando para vida.
Sendo assim, é possível enxergar o benefício que a dança circular pode trazer para uma sala de aula inclusiva. Pois, “no círculo se trabalha o equilíbrio entre o indivíduo e o coletivo” (TEIXEIRA; SOUZA, 2010, p. 1053). De acordo com Fleury & Gontijo (2006) esse tipo de dança possibilita a união entre as pessoas, pois nela existe o simbolismo do círculo e das mãos dadas estimulando sentimentos de confiança, igualdade e apoio mútuo.
É possível afirmar que as danças circulares podem ser utilizadas como recursos educacionais importantes para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Desenvolvendo, desse modo, de forma gradativa o respeito e a valorização das diferenças, além de proporcionar a vivência da realidade da interdependência que envolve as relações humanas (VALLE, 2000).
Nossas escolas ainda são carentes de trabalhos que promovam a inclusão das pessoas. Dessa forma, fica registrada uma possibilidade de atuação, onde o resultado será positivo para divulgação das danças circulares e principalmente na vida dos alunos, que poderão aprender a respeitar e a viver com a diversidade tão presente na atualidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FLEURY, T. M. A.; GONTIJO, D. T. As danças circulares e as possíveis contribuições da terapia ocipacional para as idosas. Estudos Interdisciplinares em Envelhecimento, Porto Alegre, v. 9, p. 75-90, 2006.
GONÇALVES DE PAULA, D. Danças circulares. Campinas: [s.n.], v. Apostila curso de formação transpessoal, 2009.
MICHAILOWSKY, P. A dança: arte educadora do corpo e do espírito. Rio de Janeiro, 1960.
OSTETTO, L. E. Na dança e na educação: o círculo como princípio. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 35, n. 1, p. 165-176, jan/abr, 2009.
PIAZZETTA, C. M. Danças circulares: sagradas e cirandas. Goiás, s.d.
TEIXEIRA, S. S. F.; SOUZA, M. T. D. A dança circular na resolução de situações problema em aulas de educação física. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 4, p. 1052-1059, out/dez, 2010.
VALLE, W. Meu caminho no círculo da dança. Revista Tecendo Ideias, Recife: CENAP, n. 4, p. 44-51, 2000.

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