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FORMAÇÃO PESSOAL: UMA PROPOSTA IMPORTANTE NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Fernanda Maria Bratti Volken, Alessandra Brod

Última alteração: 2018-10-23

Resumo


INTRODUÇÃO
O presente relato foi realizado através das experiências docentes promovidas pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), subprojeto Educação Física (EFI) em uma escola pública estadual de Lajeado/RS. As práticas docentes foram desenvolvidas com duas turmas das séries finais do ensino fundamental.
Objetivamos o melhoramento do convívio entre os alunos através da estimulação das relações interpessoais entre alunos e professores e estimular as percepções corporais dos adolescentes, respeitando as suas individualidades e, desse modo, promover o autoconhecimento e a disponibilidade corporal através da Formação Pessoal (FP). Conforme Wagner e Falkenbach (2009), a FP busca a evolução pessoal do indivíduo.

METODOLOGIA
A escolha da temática foi realizada a partir das colocações dos estudantes e das percepções que os bolsistas tiveram após observar e conversar com as turmas. Ao desenvolver uma prática com uma turma, deve-se investigar primeiramente em qual cenário ela ocorrerá, qual o público alvo e, em seguida, traçar os seus objetivos e estratégias de trabalho (PAES, 2002).
As intervenções docentes ocorreram durante o ano de 2016 com uma turma de nono ano e em 2017 com uma turma de oitavo ano. No total, participaram 47 alunos. Para cada turma foi pensada uma sequência pedagógica de quatro aulas acerca da FP, sendo propostas atividades de contato corporal, de reflexão a partir de texto ou dos acontecimentos, buscando no diálogo a consciência e a percepção de suas atitudes e sensações.
A coleta de informações para a elaboração do estudo deu-se através da análise dos diários de campo dos bolsistas, elaborados após cada aula, e dos relatos orais e escritos pelos alunos. Por questões éticas, seus nomes foram ocultados.

AS EVOLUÇÕES E OS DESAFIOS DOS ESTUDANTES
As informações coletadas permitiram constatar que embora os alunos tenham gostado das atividades, sensações de desconforto, de medo e de vergonha também foram despertadas. O fato torna-se expressivo no momento em que grande parte dos estudantes citaram, nos relatos escritos, uma dificuldade em se expor. Vista como um desafio, a formação pessoal exige que cada participante enfrente e aceite suas fragilidades e, desse modo, se adapte às mudanças; assim, podem ser despertadas sensações agradáveis e desagradáveis (NEGRINE, 1998).
Foi necessário muito diálogo entre os professores e os alunos para que houvesse uma maior participação e disponibilidade dos alunos em relação às atividades. Assim, percebemos uma grande adesão às práticas. Nos momentos em que apareciam sensações de desconforto, procurou-se adaptar a proposta e manter estes alunos participativos nas aulas.
Torna-se válido citar a presença de uma aluna incluída no grupo, a qual mantinha um comportamento mais reservado e havia atestado de liberação das práticas coletivas. Na primeira aula, mostrou-se insegura e desconfortável com a prática, retirando-se do grupo. No decorrer das outras aulas, a aluna motivou-se a participar ativamente, pois, conforme relato oral, sentia-se mais segura no contato com os colegas. Um dos importantes papeis da FP é melhorar as relações interpessoais dentro de um grupo. Procura-se fazer com que os participantes vivenciem e interajam entre si, acarretando mudanças comportamentais nos indivíduos e, consequentemente, são perceptíveis mudanças grupais (NEGRINE, 1998).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final das intervenções, tornaram-se evidentes as evoluções dos estudantes no que tange o individual e o coletivo. Foi possível desenvolver um ambiente de aprendizagem e de respeito, em que cada indivíduo foi desafiado pelas atividades e por si próprio, e obteve o apoio necessário nos colegas e pibidianos.
Acredita-se que a aprendizagem mais significativa destas experiências docentes diz respeito aos anos em que foram propostas as atividades: os anos finais do ensino fundamental. Por caracterizar-se como um período de grandes mudanças físicas, psicológicas e sociais, defendemos que a FP pode ser uma proposta importante para o desenvolvimento e evolução pessoal dos colegiados.

REFERÊNCIAS
NEGRINE, A. Terapias corporais: a formação pessoal do adulto. Porto Alegre: Edita, 1998.
PAES, R.R. A pedagogia do esporte e os jogos coletivos. In: De ROSE JUNIOR, D. et al. Esporte e atividade física na infância e na adolescência. Porto Alegre: Artmed, 2002. p.89-98.
WAGNER, P; FALKENBACH, A P. As vivências de formação pessoal e suas repercussões na formação dos acadêmicos do curso de Educação Física da UNIVATES. Revista Digital EFDEPORTES – Ano 14 – Nº 136 – Setembro de 2009.

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