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Introdução: O presente estudo problematiza a questão da prática de exercícios físicos em espaços públicos, especificamente, no campus Belém da Universidade Federal do Pará - UFPA, que apresenta vários espaços, incluindo uma extensa orla que margeia o rio Guamá, que fica dentro do campus. A justificativa do trabalho se relaciona com a possibilidade de produção de conhecimento para identificar os praticantes exercícios físicos, sua relação com o espaço, suas motivações e demandas na perspectiva das práticas corporais enquanto manifestações construídas historicamente pela humanidade, as quais trazem importantes contribuições para formação humana, sobretudo, quando compreendidas a partir de uma ótica educativa, coletiva e inclusiva. Objetivo: analisar o perfil dos praticantes de exercícios físicos na Universidade Federal do Pará. Método: A pesquisa é de natureza descritiva, de campo e assume abordagem quali-quantitativa. Os sujeitos da pesquisa foram 60 (sessenta) pessoas que praticam exercícios físicos de forma regular e que se disponibilizaram a participar da pesquisa de forma voluntária, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O instrumento de coletado foi composto por um questionário que buscou traçar o perfil socioeconômico do praticante, a caracterização da atividade realizada, suas motivações e dificuldades. Resultados: os dados apontaram que 58% dos praticantes são do sexo feminino e 42% do masculino. A faixa etária predominante é de pessoas com 60 anos ou mais (27%), seguido de 35-39 anos (15%) e de 55-59 anos (12%). Quanto à renda, a maioria (47%) recebe de até um salário mínimo e maior número de sujeitos declarou ter nível médio completo (68%). A prática corporal mais mencionada foi a caminhada (44%) e a motivação para a realização de exercícios mais citada foi saúde (46%). O motivo para a escolha dos espaços da UFPA para a realização de exercícios foi por ser um local perto da residência (27%) e por ser aberto/ao ar livre (20%). Em relação às dificuldades encontradas, foi declarada a falta de aparelhos (25%) e a falta de profissionais para orientar os exercícios (13%). 78% pessoas informaram que não receberam orientações para iniciar na prática de exercícios físicos e 73% não realizaram algum tipo de avaliação física. Conclusão: pode-se concluir que o perfil dos praticantes de exercícios físicos são, em sua maioria, sujeitos que possuem baixo poder aquisitivo, moradores de bairros periféricos que circundam a UFPA, com a predominância da faixa etária acima dos 55 anos e que realizam exercícios físicos como forma de prevenir ou tratar questões de saúde, embora a maior parcela tenha informado não ter recebido orientações e ter feito avaliação física, o que revela a necessidade de ações e políticas que favoreçam a democratização da prática de exercícios físicos, com espaços públicos, equipamentos e orientação profissional, em uma perspectiva educativa, de lazer e de saúde.
Palavras-chave: Exercício Físico. Espaço Público. Práticas Corporais