Tamanho da fonte:
EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE COLETIVA: APROXIMAÇÕES A PARTIR DA SEXUALIDADE
Última alteração: 2021-10-06
Resumo
A discussão referente às minorias sexuais (indivíduos que vivenciam práticas discordantes da norma heterossexual com expressões diversas de orientação sexual e de identidade de gênero) ainda se dá de maneira insuficiente no campo da saúde. Este ensaio objetivou refletir sobre as aproximações da Educação Física e da Saúde Coletiva, a partir da sexualidade enquanto um marcador social da diferença que estigmatiza, marginaliza, subordina e possibilita uma necropolítica de quem pode viver e quem merece morrer. Neste sentido, buscou-se pensar nas minorias sexuais enquanto determinantes do processo saúde doença e que isso deve ser considerado, não isoladamente pela Saúde Coletiva, mas também pela Educação Física, sobretudo, em sua formação enquanto futuros profissionais. Neste ínterim, como ferramenta metodológica, utilizou-se da revisão narrativa de literatura, que se dá pela análise de produções acerca de uma determinada temática sob o ponto de vista teórico e contextual. A busca se deu na plataforma Pubmed em estudos realizados de 2019 a 2021. Este recorte temporal foi estabelecido estrategicamente pensando em produções acadêmicas científicas realizadas nesta época pandêmica. Os descritores, na língua portuguesa, foram: “educação física”, “saúde coletiva”, “sexualidade”, “minorias sexuais”, “formação profissional”. Utilizando os operadores boleanos OR e AND. Foram mapeados 9 estudos, foi realizada a leitura dos títulos e resumos e quando pertinente a leitura na íntegra, incluindo 5 que se relacionavam diretamente com a temática proposta. Como resultado, demonstrou-se que a formação desses profissionais de Educação Física é deficitária nos aspectos relacionados à sexualidade associados à saúde, quando esses deveriam ser entendidos como determinantes no processo saúde doença, assim como é reconhecido pelo Ministério da Saúde. Por fim, conclui-se que os fundamentos da Saúde Coletiva, sobretudo, pautada nos aspectos da promoção da saúde, podem servir como estratégia de uma formação ampliada a partir de um viés não biologicista e que contemple todos os outros marcadores sociais da diferença, sendo fundamentais de serem pautados como modo de agência e existência em tempos de pandemia, uma vez que estes sujeitos encontrados muitas vezes assujeitados, marginalizados e subordinados, conseguem proporcionar a essa uma condição de possibilidade de subversão, transpondo suas realidades a condições viveis.
Palavras-chave
Sexualidade; Minorias Sexuais e de Gênero; Formação Profissional; Saúde Pública.
Texto completo:
PDF