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A dança como fator de inclusão e exercício da alteridade nas aulas de educação física
Benaildes Rocha da Silva, Emília Amélia Pinto Costa Rodrigues

Última alteração: 2018-08-08

Resumo


A escola tem como objetivo ser um espaço de inclusão nas quais indivíduos possam participar de todas as atividades independente das dificuldades. Outros espaços como os espaços dos esportes, lutas e danças seguem nessa mesma perspectiva de tentar incluir todos no mesmo meio. Todavia, quando chegamos nesses espaços nos deparamos com cenas de exclusão oriundas de motivos diversos (sexo, peso, religião, cor, etc).
Com base nessa problemática podemos pensar de que forma a dança pode ser utilizada como ferramenta de inclusão e exercício da alteridade na perspectiva pedagógica? Desde os primórdios a dança é utilizada como forma de interação entre os povos e manifestações culturais do contexto no qual o praticante está inserido. A dança proporciona a capacidade de conhecer e dialogar com as diferenças, melhorando o fator de comunicação e interação entre os indivíduos, trabalhando o corpo e a mente, além de desenvolver as capacidades motoras dos indivíduos de forma prazerosa, tornando o espaço permeável a troca de experiências.
Deste modo, os professores (em especial os de educação física) pensando em todos os pontos positivos que a dança e todas as suas vertentes poderiam fornecer nesse processo de inclusão, deveriam trabalhá-la de forma pedagógica fugindo um pouco da monotonia das aulas.
Esse trabalho em andamento tem como objetivo analisar de que forma a dança pode ser utilizada para incluir aqueles indivíduos que por algum motivo são excluídos das aulas, fomentar a vontade de viver e compartilhar experiências em grupo e exercer a alteridade usando a dança para tal.
Inicialmente, para a realização do projeto é necessário escolher uma escola, na qual trabalhe com estudantes do ensino fundamental II ou ensino médio, pois são nesses espaços que ocorrem os maiores índices de exclusão. Depois de ter selecionado a escola deve-se escolher um professor da disciplina de educação física para desenvolver o projeto. Como as instituições de ensino são divididas em unidades, deve-se escolher um período para trabalhar a temática, períodos esses que são divididos em aulas práticas e teóricas. As aulas teóricas são organizadas da seguinte forma: O professor selecionado abordará a dança como um todo: suas origens, como se desenvolveu, suas influências sobre os povos (nesse momento o espaço vai ser aberto para os estudantes compartilhar suas experiências). Para finalizar cada aula desenvolver dinâmicas interativas nas quais todos poderão falar sobre o que aprendeu.
As aulas práticas serão organizadas de forma que aborde o maior número de danças possíveis, abrindo espaço para um leque de possibilidades. É importante salientar que todos deverão participar das aulas, inclusive aqueles que têm alguma dificuldade ou que seja portador de alguma necessidade especial. Ao final desse projeto será feita uma exposição de tudo o que foi feito para a comunidade escolar.
Pode-se pensar na possibilidade do professor (a), juntamente com os alunos desenvolver práxis de dança para ser trabalhada na comunidade (em especial as comunidades carentes).
Como resultados esperados com o desenvolvimento do projeto, vamos ter: um espaço para discutir outras temáticas, promover debates como, por exemplo “criminalização do funk, o espaço da mulher na dança, como é retratada a mulher nas letras de música, a dança como instrumento na superação de barreiras”. Levar os estudantes a perceber a execução dos movimentos por meio da relação de ensino e aprendizagem da dança educativa. Oportunização de novas vivências corporais. A descoberta do corpo e todos os músculos presentes nele. Estabelecimento de um espaço propício ao compartilhamento de experiências e forma que a alteridade seja exercida para com o outro. Aprender a conviver em grupo e compartilhar o conhecimento para todos aqueles que estiverem com dificuldades. Iremos notar o desinibimento dos alunos e o engajamento com o projeto. Além da possibilidade de atingir a comunidade além dos espaços escolar. E acima de tudo irá deixar uma lição de que todos têm limitações, mas isso não é empecilho para a não realização de qualquer atividade.
Esse projeto foi pensado para ser trabalhado nos âmbitos educacionais, de forma que as instituições e as aulas seja um local permeável a troca de experiências e que incluam ao invés de excluir, melhorando assim as relações no espaço escolar.

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