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Benza Deus, três vezes no coração: saberes e fazeres das rezadeiras do Terreiro Bate Folha como poética de dança.
carolina luisa bastos santos

Última alteração: 2018-08-27

Resumo


O presente trabalho traz o universo das rezadeiras como uma prática popular religiosa na comunidade do Terreiro Bate Folha em Salvador. A pesquisa parte dos saberes e fazeres do cotidiano dessas mulheres, que é a arte de rezar, e compreender de que forma elas desenvolveram esses saberes em contato com suas vivências de religiosidade e fé. Essas mulheres que rezam, detém um saber popular de tradição, que resiste a todo um sistema sócio-político-cultural que desqualifica esses saberes da medicina popular. Dessa forma, mergulho no universo das rezadeiras atuantes nas comunidades de Terreiro, possuidoras de conhecimentos que garantem a saúde físico e espiritual que acomete o doente, trazendo a sua cura. E nesse sentido, valorizar esses costumes de manifestações culturais na contemporaneidade, considerando diversos aspectos: corporais, plásticos, simbólicos, artísticos e histórico-sociais. O objetivo é ressignificar as memórias e elementos simbólicos da reza que atravessam as histórias corporais (rezadeira/rezado) em processos criativos como poética de dança. Procuro identificar o que me atravessa e me afeta, recriando os saberes da tradição através de experimentos que tenha o enfoque na memória e ancestralidade, como disparadores criativos (AMOROSO, 2011) nos processos artísticos em dança. Dando espaço para a inventividade, focando nos elementos da cultura de matrizes estéticas (BIÃO, 2007) afro-brasileiras presente na reza. Uma cultura que se faz plural, do movimento, que integra saberes dos elementos que dialogam com a nossa tradição ancestral (FALCÃO, 2009). Vivenciar o místico/divino e toda a espiritualidade ancestral que me move. Deixar surgir o pulso para criação, despertando meus sentidos e sensações através de imagens, subjetividades e símbolos que envolve a corporalidade (MARTINS, 2009) da reza. Estar envolvida em pesquisa de campo e em vivências cotidianas revela nesse trabalho as narrativas corporais que me atravessam no espaço da reza. (MACHADO, A. 1990) (OLIVEIRA, 1985); (MARTINS, 2003); (MACHADO, L. 2017); (LIGIÉRO, 2011) (HALL, 2006); (CONCEIÇÃO, 2015).

Palavras-chave: Ancestralidade; Rezadeiras; Dança

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