A saúde é um termo que está estritamente relacionado no cotidiano dos professores de educação física, entretanto ainda se apresenta revestido de muitas dúvidas, refletindo, sobretudo na prática profissional. As relações que se estabelecem entre sujeito, práticas corporais e a interação com a saúde são objeto dessa pesquisa. O estudo se propõe a realizar uma análise a partir de uma visão de historicidade, que nos permita compreender os sujeitos como seres ativos, capazes de interferir nos rumos de sua vida privada e da atividade social à qual estão inseridos. O objetivo do trabalho foi analisar as concepções de saúde presentes no curso de Educação Física da UFBA no período de 2009/2010 relacionando-as com a realidade da Educação Física brasileira.  Buscamos verificar a relação da formação profissional dos alunos do curso com os paradigmas da saúde, e suas respectivas concepções de saúde, vigentes na formação inicial de professores da área. A metodologia da pesquisa baseou-se em uma abordagem quali-quantitativa, sendo os dados coletados através de revisão e análise bibliográfica, análise de documentos da proposta curricular vigente no curso de Educação Física da UFBA. Ainda realizamos a aplicação de um questionário respondido por uma amostra de estudantes ingressantes no primeiro semestre letivo do curso, bem como pelos estudantes prováveis concluintes, no período de 2010.1. A concepção teórico-filosófica que sustenta nosso estudo é o materialismo histórico-dialético. No estudo podemos desvelar algumas “verdades” características de quem opera com o discurso de base quantitativa, quais sejam: a) a redução do fenômeno a uma determinação biológica; b) a desconsideração da história coletiva; e, c) a culpabilização do indivíduo frente aos problemas de saúde e aptidão física. Os resultados sugerem que os estudantes do curso apresentam um conceito restrito de saúde, ligado apenas à ausência de doenças. Esta compreensão, historicamente, foi concebida para servir de referência à formulação de políticas e programas de saúde, até então postulados demasiadamente nos aspectos biológicos. Contudo, tanto o conceito de ausência de doenças como o conceito da OMS são limitados já que, considerar a saúde como um estado ideal, seria uma noção subjetiva e utópica, talvez até uma “miragem” que jamais pudesse ser atingida. O currículo do curso analisado é limitado no que tange a discussão de saúde onde apenas duas disciplinas tratam de forma direta esta temática.