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TOMADA DE DECISÃO E CONHECIMENTO TÁTICO DECLARATIVO EM SITUAÇÕES DE ATAQUE DE CENTRO NO VOLEIBOL: COMPARAÇÃO ENTRE TREINADORES E ATLETAS JOVENS
Hugo Rafael Gomes Enéas, Kevin Alves Barreto, Rivanildo Constantino dos Santos, Richard Xavier da Fonseca, Gustavo De Conti Teixeira Costa, Henrique de Oliveira Castro

Última alteração: 2017-05-09

Resumo


INTRODUÇÃO
A qualidade da tomada de decisão (TD) para a resolução de situações-problemas no jogo relaciona-se com o conhecimento, que pode ser subdividido em duas classes diferentes: a) Conhecimento tático declarativo (CTD): composto pelos fatos que podem ser declarados, verbalizados pela pessoa, sua organização tem a forma de séries de fatos conectados, passíveis de descrição e que determinam a possibilidade de escolha, constituída de um corpo organizado de informações factuais; b) Conhecimento tático processual (CTP): fundamental em ações motoras que solicitam grande habilidade; procedimentos motores que podem ser executados quase sem pensar, de forma rápida e aparentemente sem controle consciente (GIACOMINI et al., 2011).
Neste contexto, o objetivo do presente estudo é comparar a tomada de decisão e o conhecimento tático declarativo de treinadores e jovens atletas de voleibol em situações de ataque de centro.

METODOLOGIA
Participaram do estudo 59 indivíduos, sendo 34 treinadores de voleibol (idade média de 32,5 ± 9,4 anos e experiência com voleibol de 16.78±11.09 anos) e 25 atletas de voleibol (idade média de 16,9±1 anos e experiência com voleibol de 3,72±1,17 anos).
Para avaliar a qualidade da TD e o CTD foram utilizadas as cenas de ataque de centro (AC) do Teste de Conhecimento Tático Declarativo no Voleibol - TCTD:Vb (COSTA et al., 2016). O teste consistiu de 6 cenas reais de jogos de voleibol de situações de AC que iniciam a partir do saque adversário, perpassam a recepção e levantamento da outra equipe e interrompe-se a imagem no momento do ataque. Na interrupção da cena, a tela se apaga e o voluntário tem até três segundos para responder de forma verbal “o que fazer?” de acordo a resposta que julgar mais adequada – TD. Em seguida o voluntário verbaliza outras opções que poderiam culminar em ponto para a sua equipe - CTD.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com análise dos dados, verificou-se que na situação de AE não foram encontradas diferenças significativas quando comparadas a TD e o CTD entre treinadores e jovens atletas de voleibol.
Nos estudos de Lima, Matias e Greco (2012) e Lima, Martins-Costa e Greco (2011) com o intuito de verificar as diferenças entre os métodos de ensino no desenvolvimento do CTD de atletas de voleibol não obteve diferenças, demonstrando-se que o método de treinamento utilizado não influenciou nos resultados encontrados. Resultados estes que corroboram com os do presente estudo.
Já nos estudos de Costa et al. (2002) e Gil et al. (2012), que compararam atletas de diferentes categorias, foi possível perceber que atletas de categorias mais velhas possuem um CTD superior aos atletas de categorias mais novas, o que não corrobora com o presente estudo. Salienta-se aqui que nenhum estudo comparou o CTD e TD entre treinadores e atletas jovens na modalidade voleibol. No presente trabalho os atletas utilizados na amostra possuem bastante experiência com jogos de níveis nacionais e internacionais, assim como os treinadores, que também foram ex-atletas. Além disso, as cenas do teste podem não possuir um grau de dificuldade tal para que houvesse diferenças nas TD e CTD da amostra utilizada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sugere-se que os métodos utilizados para treinamento no voleibol façam o atleta “pensar” e “verbalizar”, o que ajuda a criar redes neurais capazes de buscar na memória situações vivenciadas e, com isso, possíveis melhores soluções para determinada ação, além de oportunizar a avaliação e correção por parte do treinador.

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