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Condicionantes sociais de saúde pública e atividades físicas de idosos em um período de distanciamento social em São Paulo
Thais Peres Alves, Rute Estanislava Tolocka, Bruna Isabele Nadalini da Silva, João Victor Siviero

Última alteração: 2021-11-29

Resumo


INTRODUÇÃO
Em março de 2020 a pandemia da Covid-19, que gera uma síndrome respiratória aguda grave e iniciou-se em Wuhan na China, atingiu o Estado de São Paulo e foi implementado um plano de contenção com diferentes níveis de distanciamento social, para evitar transmissão do vírus SARSCOV-2 (SÃO PAULO, 2020) cuidados especiais com pessoas idosas e com Doenças Crônicas foram tomados, por serem elas de alto risco para morte em caso de contágio com o vírus SARSCOV-2 (HAMMERSCHMIDT E SANTANA, 2020). Entretanto, não houve planejamento sobre a prática de atividades físicas durante período de distanciamento social, mesmo havendo consenso na comunidade científica sobre a necessidade desta prática para os idosos (ROCHA et al, 2013). São escassos os estudos sobre como a PAF está ocorrendo durante a vigência desta pandemia, fazendo-se necessário o levantamento de dados. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar o perfil social e a prática de atividades físicas em um período de medidas de distanciamento social pela Covid-19. Trata-se de um estudo de campo, com questionário disponibilizado por meio da plataforma survio e respondido por meio de redes sociais como WhatsApp, Facebook e Instagram.
Para realizar as análises com estatística descritiva para o perfil sociodemográfico e a comparação de variáveis foram feitas com o teste de Kruskal-Wallis H (não paramétricos). Os critérios de inclusão no estudo foram; possuir 60 anos ou mais, concordar com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e ser morador em diferentes regiões do estado de São Paulo. O estudo atende às normas da portaria 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado por um conselho de Ética em Pesquisa de uma Universidade, com parecer no. 4.092.113.
Foram recebidos 41 de questionários válidos, a média de idade foi 71,44 anos, sendo 65,86% dos voluntários eram do sexo feminino, a maior porcentagem de voluntários (48,8%) tinha ensino fundamental incompleto e em relação a renda salarial a maior porcentagem (34,1%) recebia entre dois a três salários mínimos. Em relação a PAF, 41,5% declararam não praticar AF antes da pandemia, e esse número subiu para 58,5% de indivíduos que declararam não realizar nenhum tipo de AF durante a fase de distanciamento social.
O nível de escolaridade foi associado significativamente com a renda salarial, com (x2=17,53; p<0,05), idosos com maior nível de escolaridade (pós-graduação) foram os que apresentaram renda salarial acima de cinco salários mínimos. Quando comparada escolaridade em relação a PAF, observou-se que voluntários com pós-graduação são os que mais realizam atividade física, no entanto não houve diferença estatística significativa (x2= 5,17; p>0,05).
Observou-se também uma diferença significativa (x2= 10,70; p> 0,05) entre a renda salarial e idade, sendo que idosos acima de 80 tendem a ganhar até um salário mínimo. Idosos com renda salarial acima de cinco salários mínimos foram os que mais PAF, os que recebiam até um salário mínimo foram os que menos a realizam AF com diferença significativa (x2=9,41; p>0,05).
Considerações Finais
Em relação a PAF 58,5% são inativos, o que pode acarretar em danos na expectativa de vida ativa do idoso, pois já se sabe que AF é importante para a manutenção da independência e autonomia do idoso (MOTTA; AGUIAR, 2007; CAPORICCI; NETO, 2011). Os voluntários com maior escolaridade e renda salarial apresentaram maiores níveis de PAF, porém, sem diferença estatística significante e a maior parcela do grupo estudado tinha apenas ensino fundamental incompleto. Houve associação entre nível de escolaridade e renda e entre renda e idade, o que sugere a necessidade de oferta de PAF dentro de serviços públicos gratuitos para a maioria da população de idosos.

Referências


1- CAPORICCI S., NETO M.F.O. Estudo comparativo de idosos ativos e inativos através da avaliação das atividades da vida diária e medição da qualidade de vida. Motri, v. 7, n. 2, p. 15-24, 2011.
2- GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. SP contra o coronavírus; Adesão ao isolamento social; 2020.
3- HAMMERSCHMIDT KS de A, SANTANA RF. Health of the older adults in times of the covid-19 pandemic. Cogitare enferm. [Internet]. 2020 [access 25 de Maio de 2021]; 25. Available at: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.72849
4- MOTTA L.B.; AGUIAR A.C. Novas competências profissionais em saúde e o envelhecimento populacional brasileiro: integralidade, interdisciplinaridade e intersetorialidade. Ciênc Saúde Coletiva, v. 12, n. 2, p. 363-372, 2007.
5- ROCHA, et al; Fatores associados á atividade física insuficiente no lazer entre idosos. Rev Bras Med Esporte 19 (3) Jun 2013;

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