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SAMBA NO CURRÍCULO CULTURAL: UMA VIVÊNCIA NO ENSINO REMOTO
Gabriela Saggioro Nascimento, Henrique Santos Broietti, Juan Pedro Nogueira Quintana, Vitor Garcia Lovato, Jaqueline Meira Bisse, Mário Nunes

Última alteração: 2021-09-04

Resumo


PALAVRAS-CHAVE: samba; currículo cultural ; pibid.

INTRODUÇÃO
O relato de experiência em questão, advindo do PIBID (Projeto Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), e pautado na didática e metodologia do Currículo Cultural (CC) de Educação Física (EF) (NEIRA; NUNES, 2009), apresenta o trabalho desenvolvido acerca da temática do samba com alunos do 4° ano do fundamental I, durante o período de pandemia, por meio de atividades remotas. Objetivou articular os conhecimentos dos alunos a respeito do samba aos apresentados pela EF, a fim de promover uma leitura crítica acerca dessa temática.
Para tanto, fomentou ações para o reconhecimento do samba como manifestação imaterial da cultura brasileira, permitindo experimentações corporais por meio da dança, canto e batuques, além da compreensão de seus diferentes tipos, como o partido alto e pagode e outros aspectos. Ao ampliar, aprofundar e ressignificar os saberes relacionados à cultura geral e corporal, os estudantes puderam compreender a construção de si mesmo e de sua cultura. (NUNES, 2018)

CAMINHOS TRAÇADOS
As aulas remotas ocorreram pelo Google Meet, uma vez por semana, com 30min de duração, nas quais os alunos desenvolveram atividades síncronas com a docente, e outras, de maneira assíncrona via Google Classroom. As condições de acesso dos alunos foram limitadas, ora pela falta de equipamentos, ora pelo acesso limitado à internet. Ademais, as condições médico-sanitárias atuais permitiram a atuação do PIBID somente à distância.
As aulas tiveram como primeiro passo o mapeamento dos saberes dos alunos e de suas vivências a respeito do samba, uma vez que tal prática estava presente no dia a dia das pessoas que moravam no entorno da escola, influenciado pela forte presença de uma escola de samba local. Logo, a partir da cultura corporal presente na área e através de diversas leituras feitas pelos discentes do material disposto, optou-se pelo trabalho junto ao samba, que compôs o tema trabalhado pela escola: “Cultura, Identidade e Lugar''.
Notou-se que os alunos manifestaram interesse principalmente em sambar, aprender a tocar pandeiro, surdo, agogô, ganzá e cavaquinho, bem como entrevistar os principais sambistas da região.
As atividades envolveram a criação de instrumentos caseiros do samba, utilizando-se de utensílios domésticos, como a caixa de fósforo para representar o ganzá e o batuque na panela e baldes com as colheres, representando o tamborim e o surdo. Suas criações permitiram a prática do samba (expressados pelo batuque e pela dança), levando os ensinamentos da aula e o despertar da curiosidade para o dia a dia dos alunos.
Ademais, apresentou-se aos alunos personalidades e músicas renomadas do samba e pagode no Brasil, como Nelson Sargento com “Agoniza mas não morre” e “Jéssica” de Biro do Cavaco, por meio dessas indagou-se a questão sobre quais as diferenças entre esses estilos musicais. Por meio da exibição de vídeos com as diferenciações de ritmo, canto e toque, promoveu-se um aprofundamento nas condições de existência do samba, estimulando, também, a produção das expressões corporais.
As aulas proporcionaram aos alunos uma imersão no samba, de modo que conheceram instrumentos, sambistas, sua história, prática (dança e batuque) e algumas variações do gênero, além de colaborarem para a percepção do samba como manifestação imaterial cultural brasileira.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A experiência com alguns encaminhamentos didático-metodológico do CC permitiu aos docentes e bolsistas compreenderem quais eram as vivências e impressões discentes sobre o samba. Nesse contexto, viabilizou-se a construção das aulas de modo a associar os conhecimentos dos alunos com os apresentados pela EF, proporcionando a vivência dos bolsistas do PIBID sobre como elaborar um plano de aulas no qual o objeto de estudo é escolhido a partir de elementos da cultura local e dos saberes dos alunos.
Apesar das dificuldades do ensino a distância impostas pela pandemia da Covid-19, foi possível observar que a partir das atividades de construção de instrumentos e apresentação de personalidades e músicas do samba, os alunos adentraram essa cultura, conhecendo um pouco mais da sua história e os aproximando da cultura corporal da região e dos significados que a cultura do samba produz.

REFERÊNCIAS
NUNES, M. L. F. Planejando a viagem ao desconhecido: o plano de ensino e o currículo cultural de Educação Física. In: FERNANDES, C. (Org.) Ensino Fundamental – planejamento a prática pedagógica. Curitiba: Appris, 2018.
NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. Educação Física, Currículo e Cultura. Phorte: São Paulo, 2009

Referências


NUNES, M. L. F. Planejando a viagem ao desconhecido: o plano de ensino e o currículo cultural de Educação Física. In: FERNANDES, C. (Org.) Ensino Fundamental – planejamento a prática pedagógica. Curitiba: Appris, 2018.

NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. Educação Física, Currículo e Cultura. Phorte: São Paulo, 2009

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