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O RELATO DE UMA EXTENSIONISTA DO PQVT: INTERVENÇÕES COM TEA ANTES E DURANTE A PANDEMIA
Joice Luciana Ventura Marques, Cláudia Barsan Leucas, Érica Diniz Souza, Mauro Vinícius Sá

Última alteração: 2021-12-03

Resumo


PALAVRAS-CHAVE: Formação profissional; Pandemia; Transtorno do Espectro Autista.

INTRODUÇÃO
A extensão universitária pode ser valiosa no processo de formação profissional. A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, dentre outras atividades de extensão, oferece o Projeto Qualidade de Vida para Todos (PQVT), que desde 2014 busca promover qualidade de vida para pessoas com deficiência (PCD), através de atividades aquáticas e, concomitantemente, ampliar a formação acadêmica dos extensionistas.
No período de Pandemia devido ao Covid-19, o projeto segue tentando cumprir seu propósito. Portanto o presente estudo objetiva apresentar os desafios e aprendizados presentes nos atendimentos antes e durante a pandemia no PQVT e os impactos dessas atividades na formação profissional, através do relato de experiência de uma extensionista da Educação Física e suas intervenções junto a um aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

JUSTIFICATIVA
Segundo a legislação, as pessoas com TEA têm direito ao acesso a lugares e serviços que uma pessoa não deficiente tem, todavia, é essencial a existência de profissionais capacitados para atender esse público.
Entretanto, estudos vêm mostrando que profissionais de Educação Física não se sentem preparados para ministrarem aulas para PCD e relatam a necessidade de ampliar a formação na área.
O receio de trabalhar com PCD é uma realidade e um desafio ainda maior quando pensado virtualmente. Portanto, acredita-se que esse relato possa contribuir para a compreensão da importância e viabilidade das abordagens remotas para alunos com TEA, que não têm condição de participar de aulas presenciais, bem como rememorar algumas competências essenciais aos profissionais, para promoverem atendimentos de qualidade.

METODOLOGIA
O presente trabalho trata-se de um estudo qualitativo e descritivo, tipo relato de experiência. Foi elaborado através do registro das vivências de uma extensionista do curso de Educação Física no PQVT, junto a um aluno com TEA de 13 anos, apresentando fatos que aconteceram em atendimentos presenciais e virtuais, em razão da pandemia do Covid-19.
O trabalho também conta com uma revisão bibliográfica que visa discutir aspectos como: legislação para PCD e TEA, definição e caracterização do TEA, competências necessárias ao profissional de Educação Física para trabalhar com esse público, dentre outros aspectos.

DISCUSÃO
Em fevereiro de 2020 iniciou-se presencialmente o contato com o aluno no PQVT. Algumas características do mesmo, comumente encontradas em pessoas com TEA, segundo a literatura científica, são: comprometimento no comportamento social, retardo da aquisição da linguagem e padrões repetitivos de comportamento.
No curto tempo dos atendimentos presenciais, eram realizadas atividades aquáticas como: mergulhos com objetos, fazer borbulhas, acertar o gol flutuante, nadar livremente e cantar músicas.
Após o início da Pandemia e paralisação das atividades presenciais, o projeto continuou virtualmente através de atendimentos via chamadas de vídeo no WhatsApp. Algumas atividades desenvolvidas passaram a ser: ginástica laboral, jogos e brincadeiras, atividades artesanais e danças.
Durante os atendimentos remotos, alguns desafios encontrados foram: insegurança dos profissionais, quebra da rotina do aluno resultando em agitação e estresse do mesmo e de seus familiares, dificuldade de concentração do aluno durante as aulas e restrições quanto a estrutura física e material das aulas.
Mesmo diante do cenário novo e desafiador, os atendimentos tiveram continuidade e segundo os familiares do aluno, contribuíram positivamente. Além disso, oportunizaram aprendizados para a extensionista, como: entender mais sobre o TEA, perceber o quão importante é a identificação dos gostos do aluno, o diálogo com a família, o uso da ludicidade e da criatividade. Além disso, verificou-se a necessidade da capacidade de reinvenção profissional, de atendimentos humanizados, de planejamentos bem elaborados e fundamentados, de estabelecer uma rotina e respeitar os diferentes tempos de adaptação dos alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após as vivências presenciais e virtuais no PQVT, verificou-se que é possível fazer atendimentos nesses dois formatos para alunos com TEA. Além disso, constatou-se que ambas as experiências trouxeram aprendizados significativos para a graduanda, reafirmando a necessidade da formação prática, aliada a teoria, para existência de profissionais de Educação Física mais qualificados na sociedade.

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