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INTRODUÇÃO
Este trabalho é fruto de uma pesquisa que teve como principal objetivo mapear a produção acadêmica sobre idosos na ginástica a partir de uma revisão bibliográfica nos Anais do Fórum Internacional de Ginástica para Todos (FIGPT). A escolha por este evento justifica-se pela representatividade e pelo sucesso de suas nove edições, cujas dimensões no âmbito científico, pedagógico e artístico colaboram na construção e socialização de conhecimentos e saberes a respeito da ginástica.
A Ginástica para Todos (GPT) é uma prática corporal gímnica não competitiva que prioriza a inclusão, o prazer e a interação social entre participantes. Podendo ser adequada a diferentes grupos e faixas etárias, vale-se de linguagens que entrelaçam a dança, o circo, o teatro, o jogo, a música, o folclore, apresentados por meio de atividades livres e criativas, fundamentadas no núcleo primordial das ginásticas (AYOUB, 2003).
Ao promover a vivência por meio de apresentações e festivais, a GPT dialoga, portanto, com outras manifestações da cultura corporal sem preestabelecer regras, numa amplitude de possibilidades que ampara seu caráter inclusivo e demonstrativo. Por essas características, percebe-se que os contextos de intervenção são muito variados, podendo ser trabalhada em escolas, clubes, universidades, academias, organizações, com crianças, jovens, adultos e idosos (TOLEDO; TSUKAMOTO; CARBINATTO, 2016). De particular interesse nesse estudo, o público idoso na GPT parece ter ganhos em autonomia, saúde e qualidade de vida, especialmente na dimensão biopsicossocial (SANTOS; TSUKAMOTO, 2020).

CAMINHOS DA PESQUISA E PRINCIPAIS ACHADOS
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo cujos achados se deram a partir de busca nos Anais do FIGPT dos anos 2012, 2014, 2016 e 2018. Os critérios de inclusão para levantamento dos trabalhos foram pelas palavras-chave “idosos”, “velhice”, “terceira idade” e “melhor idade” nos títulos dos textos.
Identificou-se um total de doze trabalhos publicados nas edições pesquisadas, divididos em dois eixos temáticos: 1) aqueles desenvolvidos em projetos universitários de ensino, pesquisa e extensão; e 2) aqueles difundidos em unidades do Serviço Social do Comércio (Sesc).
O primeiro eixo foi composto por oito trabalhos concebidos por grupos de ginástica em diversas localidades: Centro Educacional Unificado Alvarenga (2 trabalhos); Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (2 trabalhos); Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais/Campus Barbacena; Centro de Convivência da Melhor Idade de Hortolândia/São Paulo; Universidade Estadual de Maringá; Universidade de São Paulo.
O segundo eixo abarcou três trabalhos, sendo um desenvolvido no Sesc Sorocaba e dois no Sesc Interlagos, os quais ressaltam a importância do Sesc na difusão da GPT, em especial no estado de São Paulo.
Ademais, verificou-se um trabalho de revisão semelhante ao aqui apresentado, investigando as publicações sobre ginástica para idosos nos Anais do FIGPT entre os anos de 2001 e 2014.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos trabalhos constatou ênfase nos aspectos da inclusão e autonomia dos idosos por meio da ginástica, além de experiências em distintos espaços, visando possibilitar maior convívio social e pertencimento na sociedade. Percebe-se com esse levantamento que o número de estudos acerca dos idosos na GPT ainda é incipiente, ao menos quando comparado a outros públicos nas investigações divulgadas nos Anais do FIGPT.
A promoção da GPT para idosos poderia pautar-se, ainda, nos processos coletivos de criação dessa prática corporal, os quais evidenciam as dimensões da diversidade corporal, do resgate da cultura e da expressividade gestual. Mediados democraticamente, esses processos podem significar experiências cuidadosas com esse público, com um olhar generoso respeitando suas tantas possibilidades de movimento.