Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, XXII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e IX Congresso Internacional de Ciências do Esporte

Tamanho da fonte: 
GINÁSTICA SEM FRONTEIRAS: MOTIVAÇÕES DOS PARTICIPANTES DE INTERCÂMBIO DO PROGRAMA INTERNATIONAL YOUTH LEADER EDUCATION
ANA PAULA DIAS DE SOUZA, FRANCINY DOS SANTOS DIAS, INGRID STAINKI DE SÁ, ANDRIZE RAMIRES COSTA

Última alteração: 2021-12-02

Resumo


INTRODUÇÃO
Com a globalização, as buscas por conhecimento, intercâmbio e acordos além das fronteiras se intensificaram para suprir as necessidades da modernidade. Embora as motivações que levam um estudante de graduação a participar de um programa de intercâmbio possam ser diversas, Larsen e Vicent-Lancrin (2002) destacam que para estudantes de países subdesenvolvidos, a motivação pode ser voltada a suprir as necessidades educacionais do país de origem. Nesse aspecto, estudos feitos no Brasil, além de apontarem a busca por aquisição de competências, destacam outros fatores inclusive mais relevantes. No estudo feito por Volpi e Köhler (2017), a principal motivação destacada por intercambistas foi “conhecer uma nova cultura e realidade”.
Nesta pesquisa, tomamos como base o programa de intercâmbio International Youth Leader Education (IYLE), ativo no Brasil desde 1997 e que oferece bolsas de estudo em escolas de Ginástica e esporte na Dinamarca. Desse modo, buscamos analisar quais as principais motivações que levam os alunos a participarem dessa experiência acadêmica.

METODOLOGIA
Para a coleta de dados e mediante aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da ESEF – UFPel com o parecer de número 4.314.102, foram feitas entrevistas semiestruturadas com 16 indivíduos que participaram do programa IYLE. Para tratamento dos dados, utilizamos a análise de Bardin (1977).

RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com as entrevistas, as principais motivações mencionadas foram agrupadas da seguinte forma: “A experiência internacional” (P1; P2; P5; P6; P7; P8; P9; P10; P11; P14; P13; P15; P16); “A formação em Ginástica” (P1; P2; P3; P5; P6; P7; P8; P9; P12; P13; P14; P16); “Os relatos de colegas e amigos” (P1; P2; P3; P6; P9; P10; P11; P13; P16); “As escolas” (P1; P3; P9; P15; P15; P16); “O profissional” (P6, P12, P15); “O financiamento” (P2; P4; P6); “O Fórum Internacional de Ginástica Para Todos (FIGPT)” (P3; P13).
Assim, foi revelado maior destaque para “A experiência Internacional”, mencionada por 13 participantes. Esse fator destaca, de forma geral, o desejo pelas experiências proporcionadas por uma vivência internacional como a imersão em outra cultura, novos lugares e outros.
Por vez, não houve outras especificações a respeito do país de destino, como a cultura e a língua dinamarquesa, como na declaração: “A principal motivação foi sair do Brasil, do que eu conheço, das coisas mais fáceis e me jogar para fora para conhecer outras culturas” (P16).
Outro fator mencionado por 12 participantes foi a “A formação em Ginástica”, que embora apontado muitas vezes em segundo lugar (P1; P2; P3; P5; P6; P7; P13; P14), apresentou muita relevância na motivação dos sujeitos, como na declaração: “Como eu sabia que as escolas tinham muita prática de Ginástica, já fui com certeza nessa perspectiva de ampliação de repertório de atividades (...)” (P6).
O fator “Os relatos de colegas e amigos”, mencionado por nove participantes, sinaliza a relevância do ciclo social tanto para informações, quanto na influência para e adesão às bolsas de intercâmbio. Esse aspecto chama atenção pois essas relações são destacadas por meio do convívio nos grupos Ginásticos dos participantes: “Meus veteranos do Grupo Ginástico Unicamp que voltavam da Dinamarca falavam muito bem da Ginástica” (P3).
Outros fatores mencionados e com menor frequência foram: “As escolas”, “ O financiamento" e “O FIGPT”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, compreendemos que as motivações para a realização de um intercâmbio internacional, especificamente vinculado ao programa IYLE, foram: a experiência internacional; a formação em ginástica; e relatos dos amigos que já realizaram o intercâmbio. De todo modo, compreendemos que os fatores motivacionais podem ser diversos e de forma individualizada, mas no presente estudo, pela narrativa dos entrevistados, tivemos esses em destaques. Estudos futuros podem revelar novas motivações, que serão vislumbradas sob a ótica dos próximos participantes.

Referências


LARSEN, K.; VINCENT-LANCRIN, S. International trade in educational services: Good or Bad?. Higher Education Management and Policy, v. 14, n. 3, p. 9-45, 2002.
VOLPI, Y. D.; KÖHLER, A. F. Avaliação das experiências de intercâmbio internacional na graduação: a avaliação dos intercambistas estrangeiros na Universidade de São Paulo e de discentes da USP no exterior. Revista Iberoamericana de Turismo, v. 7, n. 2, p. 156-174, 2017.

Texto completo: PDF