Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, XXII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e IX Congresso Internacional de Ciências do Esporte

Tamanho da fonte: 
FIBROMIALGIA JUVENIL E SEUS IMPACTOS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Yuri Henrique de Albuquerque Rocha, Leonardo Hernandes de Souza Oliveira, Rafael da Silva Mattos

Última alteração: 2021-09-09

Resumo


A Síndrome da Fibromialgia Juvenil (SFJ) se apresenta como uma condição crônica e dolorosa que ocorre com maior prevalência em meninas entre 9 e 15 anos de idade.
O estudo do quadro sintomático e comorbidades associadas são pontos para o entendimento da SFJ e fornecimento de tratamento. Distúrbios do sono, alteração de cognição, depressão, ansiedade e até mesmo cinesiofobia, medo de sentir dor na prática de movimentos, manifestam-se na SFJ. O tratamento com atividades físicas regulares, moderadas e de baixo impacto proporcionam melhoras na saúde e autonomia.
A SFJ interfere diretamente na qualidade de vida dos acometidos, prejudicando a execução e participação nas atividades laborais, diárias e recreativas. Dessa forma, estabeleceu-se a questão central do estudo: Quais são os impactos da SFJ no desenvolvimento de crianças e adolescentes na Educação Física escolar (EFe)? O objetivo fo estudo foi compreender os impactos da SFJ no desenvolvimento de crianças e de adolescentes na EFe. O presente estudo teve um cunho bibliográfico, onde desenvolveu-se uma revisão da literatura. A pesquisa tomou como base as plataformas digitais de pesquisa Scielo e Pubmed, a partir da seguintes palavras-chave: “Juvenile fibromyalgia”, “Fibromyalgia and child”, “Fibromyalgia and adolescent”, “Juvenile fibromyalgia and health”, Juvenile fibromyalgia and school”, “Juvenile fibromyalgia and physical education” e “Juvenile fibromyalgia and physical exercise”. Dez (10) artigos científicos, publicado entre 2016-2021, sobre a temática foram selecionados nas bases de dados. A SFJ acomete jovens em períodos escolares, promovendo uma redução na prática de atividades físicas e aumento de ausência nas escolas. O número de faltas nas aulas durante o ano letivo é de em média 41 dias por ano, enquanto o de um jovem que não tem SFJ é de 9 dias por ano. Os pais optam muita das vezes por uma educação domiciliar, por conta dos altos níveis de dor e a necessidade de busca por tratamento, privando assim o jovem de uma educação coletiva e social.
Segundo a Base Nacional Curricular Comum, em situações de brincadeiras e jogos, esportes, práticas corporais, lutas ou danças na EFe, os jovens se apropriam de lógicas intrínsecas, habilidades corporais e intelectuais, sistematizações e organizações de regras, códigos e rituais coletivos, que proporcionam a ampliação das redes de sociabilidade e promoção da saúde. Ao optar pela educação domiciliar, os pais acabam privando os filhos de apropriarem-se destas construções corporais. Além do mais, níveis expressivos de sedentarismo, descondicionamento físico, redução na força e biomecânica do movimento alterada se fazem presentes no cotidiano. Sendo a escola uma possível porta de entrada para as práticas corporais e conhecimento de novas culturas, a EFe pode assumir um papel ativo na construção de habilidades e saberes visando redução do sedentarismo, aprimoramento de valências físicas, controle do quadro sintomático e construção de vínculos sociais. Os impactos da SFJ no desenvolvimento de crianças e adolescentes podem interferir na socialização, qualidade de vida e condicionamento físicos dos jovens que passam a experimentar uma vida mais sedentária. O desenvolvimento de habilidades específicas e a construção do papel social são possibilidades que a EFe promove no decorrer da formação dos indivíduos.

Referências


BLACK, W.R; KASHIKAR-ZUCK, S. Intervenções de exercícios para Fibromialgia Juvenil: Estado atual e avanços recentes. Pain Management, v.7 n.3, p. 143-148, 2017.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC): educação é a base. Brasília, DF: MEC/CONSED/UNDIME, 2018.

GOULART, R; PESSOA, C; LOMBARDI JUNIOR, I. Aspectos psicológicos da síndrome da Fibromialgia juvenil: revisão de literatura. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 56, n. 1, p. 69-74, 2016.

MELO, G; MADRUGA, M; TORRO, N. Análise das comorbidades associadas à fibromialgia: uma revisão bibliométrica. Psicologia, Saúde & Doenças, v. 21, n. 2, p. 395-403, 2020.

TURK A.C; SAHIN F. Prevalence of Juvenile Fibromyalgia Syndrome Among Children and Adolescents and its Relationship With Academic Success, Depression and Quality of Life, Çorum Province, Turkey. Arch Rheumatology, v. 35 n.1, p. 68-77, 2019.

Texto completo: PDF