Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, XV CONGRESSO ESPÍRITO-SANTENSE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Tamanho da fonte: 
PRÁTICAS CORPORAIS AQUÁTICAS: CONTRIBUIÇÕES POTENCIALIZADORA PARA JOVENS E ADULTOS COM DEFICIENCIA INTELECTUAL E AUTISMO
Humberto Coelho da Silva, Maria das Graças Carvalho Silva Sá, Davi Zucoloto, Rafael dos Santos

Última alteração: 2018-09-02

Resumo


O presente trabalho visa analisar e descrever as contribuições das atividades aquáticas, vivenciadas pelos jovens e adultos com Deficiência Intelectual e Autismo, no Laboratório de Educação Física Adaptada (LAEFA). No que se refere à preparação desses jovens e adultos com deficiência para assumir seus papeis sociais, é preciso dar-lhes condições para que se tornem mais autônomos e independentes. Nesse sentido, dialogando com Pinto (2016), acreditamos nas práticas aquáticas como instrumento de empoderamento social capaz de potencializar a ação sobre si e sobre a sociedade. Segundo a autora, as atividades aquáticas proporcionam aos sujeitos o reconhecimento de si e do outro, permitindo-lhes escolher e decidir em seus corpos o que é melhor para si. Além disso, através dessas vivências é possível “[...] compreender que as adaptações ao meio aquático trazem uma riqueza de benefícios, fazendo com que o homem consiga evoluir e melhorar diversos aspectos corporais, cognitivos e de socialização,” (PINTO, 2016, p. 02). Nessa direção a proposta de conhecer e vivenciar essa prática aquáticas por meio do esporte polo aquático, entendemos que contribuirá para que seus praticantes internalizem e, ao mesmo tempo,(re)signifiquem tais apropriações, reconfigurando, dessa forma, sua corporalidade. Com isso, amplia-se a percepção sobre si e sobre os outros, prerrogativa fundamental para o protagonismo social dos indivíduos (SOARES et al., 2005; PINO, 2005). O estudo se apoia nos pressupostos téorico-metodológicos da pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, na busca pela promoção do contato direto e analítico com o campo de investigação. A pesquisa aconteceu no Centro de Educação Física e Desportos (CEFD), no Laboratório de Educação Física Adaptada (LAEFA). Os sujeitos participantes foram 25 jovens e adultos com deficiência intelectual e autismo procedentes da Grade Vitória/ES. Como instrumentos de coleta de dados, utilizamos os registros de aulas, fotografias e videogravação dos momentos de intervenções, ao longo dos oito encontros semanais, no semestre de 2018/1. Além de reuniões que aconteciam logo após o atendimento a fim de avaliar a intervenção e planejar o encontro seguinte, bem como estudos de textos relacionados à temática em tese. Os dados foram analisados com base na Análise de Conteúdos (BARDIN,1977) pela possibilidade que essa técnica nos oferece para se investigar um objeto ou um problema de pesquisa, tendo como fonte primordial de dados os conteúdos da comunicação e suas recorrências. A experiência em tela promoveu um encontro potencializador no que diz respeito ao desenvolvimento das capacidades físicas básicas (força, velocidade, resistência e flexibilidade) de acordo com a idade dos alunos e nas qualidades motrizes (coordenação, equilíbrio, agilidade e habilidades básicas). Essa experiência reverberou também na forma como passaram a se perceber no o mundo e em suas relações sociais, favorecendo assim, a seus processos de humanização de forma dialética e transformadora na direção de cidadãos com autonomia e independência para atuar socialmente. Diante do exposto, concebemos na ação mediadora as práticas aquáticas se constituiu em uma interessante ferramenta para que as pessoas com deficiência se sintam em condições de não somente se apropriar dos elementos culturalmente instituídos, como também, e principalmente, de aprimorarem, cada vez mais e melhor, o seu acervo cultural, tornando-se indivíduos mais ativos e socialmente incluídos.

Palavras-chave


Educação Física, Atividades Aquáticas, Polo Aquático e Inclusão

Texto completo: PDF