Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, 30º ENAREL Encontro Nacional de Recreação e Lazer e IX Seminário de Estudos do Lazer

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LAZER E INCLUSÃO: EXPERIÊNCIAS FORMATIVAS NO ENSINO MÉDIO
RAQUEL RIBEIRO DE SOUZA SILVA

Última alteração: 2019-10-09

Resumo


O Instituto Federal de São Paulo, campus Avaré, oferece desde o ano de 2015 o curso Técnico em Lazer Integrado ao Ensino Médio, no qual os alunos do terceiro ano cursam a disciplina denominada Lazer e Inclusão. Nesse componente curricular prioriza-se o entendimento do lazer como um direito tal qual estabelecido na Constituição da República Federativa do Brasil e na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Ao longo do ano letivo dentre os principais objetivos está desenvolver a compreensão dos conceitos de lazer e inclusão fornecendo estratégias para o planejamento, a execução e o monitoramento de atividades de lazer e recreação inclusivas direcionadas a diferentes públicos, especialmente aqueles com características e necessidades específicas, tais como: idosos, pessoas com doenças mentais como ansiedade, depressão, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, entre outras patologias, pessoas com deficiências sensoriais, físicas ou mentais, pessoas hospitalizadas e ou em situação de vulnerabilidade social. Na disciplina Lazer e Inclusão a metodologia adotada integra aulas teóricas e práticas, visitas técnicas e palestras com profissionais locais da área social e da saúde que trabalham com a questão da inclusão em seu dia-a-dia laboral. Nesse semestre a proposta foi proposição de atividades inclusivas e a execução com os colegas da sala. Após o processo de pesquisa seguido da elaboração de programação recreativa e dos ajustes necessários, a cada aula um aluno está responsável por aplicar a sua atividade inclusiva com os demais colegas. Para isso são utilizados os materiais disponíveis no Laboratório de Hospitalidade e Lazer da Instituição. As atividades são executadas no ginásio, no gramado e quando possível dentro da sala de aula. Ao término da atividade o aluno realiza um fechamento estabelecendo um link entre a atividade proposta e o público específico para o qual ela foi idealizada. Observa-se que essas práticas de atividades de lazer e recreação inclusivas estabelecem uma relação de empatia entre os próprios alunos, considerando que algumas das especificidades dos públicos abordados dizem respeito à realidade de alguns deles, tais como, a vivência em um ambiente de vulnerabilidade social, o diagnóstico de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, depressão e deficiências sensoriais. Além disso, a partir desses exercícios alguns mitos relacionados às pessoas com deficiências ou com aquelas que sofrem com doenças mentais são esclarecidos contribuindo assim para desestimular o preconceito.
Conclui-se que a abordagem do lazer atrelado à questão da inclusão em sala de aula, além de agregar conteúdo para a formação profissional dos alunos, possibilita também formar cidadãos com um olhar e uma percepção mais humanizada com relação ao outro.

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