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O BRINCAR NO RECREIO DE UMA ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL DE CAMPINAS/SP
Última alteração: 2019-09-04
Resumo
Introdução
A implementação de Escolas de Tempo Integral (ETI) vem se ampliando conforme previsto no PNE (BRASIL, 2014). Estudantes permanecem de 7 a 8 horas diárias nas escolas. É importante que estudos sejam realizados para compreender o uso dos tempos e espaços do cotidiano. O brincar é um direito e interessa-nos analisar como vem sendo vivenciado nessa rotina ampliada. Investigamos o brincar no recreio do ensino fundamental I de uma ETI de Campinas/SP, com vista às questões de gênero.
Metodologia
Realizamos pesquisa qualitativa, através de observações do recreio de turmas de 1º ao 5º anos. Os horários de recreio são organizados por ciclos em três grupos: 1º e 2º anos, 3º ano e 4º e 5º anos, com cerca de 150 crianças cada grupo, com duração de 15 minutos e em dois períodos, manhã e tarde, supervisionado por duas inspetoras, sem a presença de professores.
O espaço disponibilizado compreende pátio externo, parte gramada e parte cimentada com desenhos no chão (caracol e amarelinha), com árvores, muretas, grades e pilastras. Realizamos 21 observações: 5 das turmas de 1º e 2º anos; 5 de 3º ano e 11 de 4º e 5º anos.
Registramos em diários de campo as observações. Não realizamos intervenções e foram tomados os cuidados éticos.
Resultados
Verificamos brincadeiras mais estruturadas realizadas principalmente pelos meninos: amarelinha, bater carta, caracol, corrida, futebol, “lutinha”, parkour, pega-pega, tênis de mesa. Outras, por meninas: pega-pega. E entre ambos: amarelinha, pega-pega, caracol, esconde-esconde, parkour, polícia e ladrão, tênis de mesa e reloginho. Embora nas ações lúdicas dos meninos estivessem presentes mais brincadeiras estruturadas (independente da série), quando as meninas brincavam com os meninos também escolhiam brincadeiras estruturadas.
Observamos práticas lúdicas por meninos: girar, jogar água, subir em árvore e atirar pedra; e por meninas: subir em árvore, brincar com lesma, cavalinho, estrelinha, parada de mãos, pular obstáculos, puxar galhos de árvore e por ambos: subir em árvores, estrelinha, parada de mãos, ponte, “sarrada” no ar, subir na pilastra da arquibancada.
Sobre o uso de brinquedos, meninos usaram carrinho de controle remoto, conversaram sobre pipas e leram gibis; as meninas brincaram com brinquedos variados, e cadernos para escrever e desenhar. Ambos também conversaram durante os recreios. Wenetz e Stigger (2006) também encontraram diferenças nas atividades realizadas por meninas e meninos nos recreios de uma escola pública de Porto Alegre/RS.
Conclusão
Concluímos que se o recreio fosse considerado como um contexto pedagógico e houvesse formação dos profissionais mediadores, haveria problematizações mais ricas sobre as práticas generificadas no brincar.
Referências
BRASIL, LEI N° 13.005/2014 - Plano Nacional de Educação - PNE. Disponível em .Acesso em 01/04/2019.
WENETZ, I.; STIGGER, M. P.; MEYER, D. E. A construção do gênero no espaço escolar. Movimento, v. 12, p. 59-80, 2006.
A implementação de Escolas de Tempo Integral (ETI) vem se ampliando conforme previsto no PNE (BRASIL, 2014). Estudantes permanecem de 7 a 8 horas diárias nas escolas. É importante que estudos sejam realizados para compreender o uso dos tempos e espaços do cotidiano. O brincar é um direito e interessa-nos analisar como vem sendo vivenciado nessa rotina ampliada. Investigamos o brincar no recreio do ensino fundamental I de uma ETI de Campinas/SP, com vista às questões de gênero.
Metodologia
Realizamos pesquisa qualitativa, através de observações do recreio de turmas de 1º ao 5º anos. Os horários de recreio são organizados por ciclos em três grupos: 1º e 2º anos, 3º ano e 4º e 5º anos, com cerca de 150 crianças cada grupo, com duração de 15 minutos e em dois períodos, manhã e tarde, supervisionado por duas inspetoras, sem a presença de professores.
O espaço disponibilizado compreende pátio externo, parte gramada e parte cimentada com desenhos no chão (caracol e amarelinha), com árvores, muretas, grades e pilastras. Realizamos 21 observações: 5 das turmas de 1º e 2º anos; 5 de 3º ano e 11 de 4º e 5º anos.
Registramos em diários de campo as observações. Não realizamos intervenções e foram tomados os cuidados éticos.
Resultados
Verificamos brincadeiras mais estruturadas realizadas principalmente pelos meninos: amarelinha, bater carta, caracol, corrida, futebol, “lutinha”, parkour, pega-pega, tênis de mesa. Outras, por meninas: pega-pega. E entre ambos: amarelinha, pega-pega, caracol, esconde-esconde, parkour, polícia e ladrão, tênis de mesa e reloginho. Embora nas ações lúdicas dos meninos estivessem presentes mais brincadeiras estruturadas (independente da série), quando as meninas brincavam com os meninos também escolhiam brincadeiras estruturadas.
Observamos práticas lúdicas por meninos: girar, jogar água, subir em árvore e atirar pedra; e por meninas: subir em árvore, brincar com lesma, cavalinho, estrelinha, parada de mãos, pular obstáculos, puxar galhos de árvore e por ambos: subir em árvores, estrelinha, parada de mãos, ponte, “sarrada” no ar, subir na pilastra da arquibancada.
Sobre o uso de brinquedos, meninos usaram carrinho de controle remoto, conversaram sobre pipas e leram gibis; as meninas brincaram com brinquedos variados, e cadernos para escrever e desenhar. Ambos também conversaram durante os recreios. Wenetz e Stigger (2006) também encontraram diferenças nas atividades realizadas por meninas e meninos nos recreios de uma escola pública de Porto Alegre/RS.
Conclusão
Concluímos que se o recreio fosse considerado como um contexto pedagógico e houvesse formação dos profissionais mediadores, haveria problematizações mais ricas sobre as práticas generificadas no brincar.
Referências
BRASIL, LEI N° 13.005/2014 - Plano Nacional de Educação - PNE. Disponível em .Acesso em 01/04/2019.
WENETZ, I.; STIGGER, M. P.; MEYER, D. E. A construção do gênero no espaço escolar. Movimento, v. 12, p. 59-80, 2006.