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DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CASOS DE HANSENÍASE NO MUNICÍPIO DE CASTANHAL E SUA OCORRÊNCIA ENTRE ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO.
Rosanna Lima, Josafá Barreto, Claudio Salgado

Última alteração: 2012-08-17

Resumo


Objetivos: Elaborar mapas da distribuição espacial e temporal da hanseníase em Castanhal-Pa, e realizar busca ativa de casos da doença entre escolares da rede pública de ensino deste município. Justificativa: A hanseníase é uma doença infecto-contagiosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae. Pode ser transmitida de uma pessoa doente sem tratamento para outras pessoas. Acredita-se que a principal forma de transmissão seja por vias aéreas superiores, especialmente entre indivíduos que moram na mesma residência ou vizinhos próximos. A hanseníase existe em todos os continentes, hoje se encontra sob controle nos países desenvolvidos. O Brasil, com aproximadamente quarenta mil casos novos registrados anualmente, apresenta o maior coeficiente de incidência no mundo, e o Estado do Pará, que registra aproximadamente quatro mil novos casos anualmente, é um dos líderes nacionais em incidência da doença. A Organização Mundial da Saúde tem recomendado o uso de sistemas de informação geográfica para mapear a ocorrência de casos de hanseníase, contribuindo para fortalecer o programa de controle da doença em países endêmicos. A redução dos casos de hanseníase em menores de 15 anos de idade é prioridade do Programa Nacional de Controle da Hanseníase. A ocorrência de casos nesta faixa etária tem relação com doença recente e focos de transmissão ativos, e seu acompanhamento epidemiológico é relevante para o controle da doença. Metodologia: Utilizaram-se dados dos casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde, do período de 2004 a abril de 2010. Foi realizado o georreferenciamento, por meio de receptores portáteis de sinal de sistema de posicionamento global, das residências dos casos notificados. Em seguida, os dados espaciais foram avaliados no software QuantumGIS. Também foi realizado exame clínico dermato-neurológico, por uma equipe multidisciplinar, envolvendo médico, enfermeira, fisioterapeuta, técnico de laboratório e estudante de educação física (bolsista de iniciação científica), de 190 escolares de 8 a 18 anos de idade. Resultados: Foram notificados 633 casos no período estudado. O coeficiente de detecção anual de casos novos em 2009 foi de 44,6/100.000 habitantes, classificando o município como hiperendêmico. Duzentas e setenta e quatro residências foram georreferenciadas nas zonas urbana e rural. Os bairros com as maiores concentrações de casos foram Jaderlândia, Saudade, São José, Ianetama e Santa Lídia. Foram diagnosticados 9 casos novos de hanseníase entre os estudantes examinados e 1 caso em uma funcionária de escola. Conclusão: O uso de ferramentas de sistema de informação geográfica para estudos epidemiológicos em hanseníase favorece o estabelecimento de estratégias de controle com uma melhor relação custo-benefício, pois indica regiões específicas e prioritárias para a realização de campanhas de busca ativa dentro do município, além de estabelecer um padrão para o acompanhamento do comportamento espacial da endemia ao longo do tempo. A alta prevalência entre os escolares examinados indica a importância da capacitação dos professores da rede pública de ensino para identificação precoce de possíveis casos de hanseníase entre seus alunos, objetivando prevenir a transmissão da doença e combater o preconceito e estigma social que acompanham a hanseníase por milênios.

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