Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, III Congresso Norte-brasileiro de Ciências do Esporte

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A CULTURA AFRO-BRASILEIRA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: UM ESTUDO DO PIBID/EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE A CULTURA DE MOVIMENTO NO COTIDIANO DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO CURIAÚ EM MACAPÁ/AP
Carlos Farias, Andressa Sousa, Diego Pantoja, Francisco Silva, Kaléria Santos, Manuela Melo, Maria Pereira, Osvaldina Palheta, Sabrina Souza, Valéria Abreu, Cássia Hack

Última alteração: 2012-08-17

Resumo


Os objetivos desse trabalho são identificar e compreender a Cultura de Movimento no cotidiano dos moradores da comunidade quilombola do Curiaú (Macapá/AP) e verificar as manifestações dessa cultura nas aulas de Educação Física. Este estudo foi desenvolvido a partir da constatação da necessidade de investigação da Cultura de Movimento dos moradores da comunidade supra citada, levando em consideração a importância cultural afro-brasileira e suas implicações na escola. Esta pesquisa foi realizada pelos/as bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência – PIBID/Educação Física, tendo como instrumento de investigação o uso de entrevistas semi-estruturada e notas de campo. Os atores sociais envolvidos foram 37 moradores da comunidade quilombola do Curiaú (Macapá/AP), com faixa etária entre 05 e 42 anos. As atividades realizadas pelos/as bolsistas do PIBID/Educação Física oportunizam a estes acadêmicos/as a vivência e identificação profissional através de ações voltadas para a formação docente e contribuições para a melhoria da qualidade de ensino na escola-campo. Constatamos que a maioria dos entrevistados experienciavam algum elemento da Cultura de Movimento, sendo as práticas mais presentes a dança (batuque e marabaixo), o esporte (futebol e futsal), o jogo (tacobol, soltar pipa, queimada, bandeirinha, chute no bujão, policia e ladrão, dominó, bandeirinha, pira-bola, pega-pega no rio, pula corda) e as lutas (capoeira). Os espaços utilizados para estas práticas são o balneário, as ruas, a quadra da escola, os quintais, os campos de várzea e o campo de futebol da comunidade. O espaço do salão comunitário é mais utilizado para ensaios dos ciclos de marabaixo. Os materiais utilizados em suas práticas cotidianas são: bolas, garrafas pet, carrinhos, elástico, galhos de árvore, lenços, bonecas, pipas e linha, jogo da memória e corda. Para a prática do marabaixo utilizam o berimbau, pandeiro, tambores, caixa com couro e as roupas típicas. No que se refere às manifestações tradicionais que os entrevistados aprenderam com seus familiares ou amigos em ambientes extra-escolar, a maioria deles afirmaram que aprenderam a dança batuque e marabaixo e a minoria, mencionaram o andar a cavalo e a canoa. Uma das crianças entrevistadas mencionou a questão do respeito. Sobre as lendas deste povo foram citadas a lenda do porco espinho, cobra, pelada do baixo, bode, cabeça de fogo, mulher da cabeça pelada, cavaleiro da estrada, o homem do saco e a mulher da ponte. Finalizando a entrevista foi-lhes solicitado que sugerissem atividades que gostariam que fossem inseridas no contexto escolar, sendo as modalidades esportivas as mais citadas. Também foram lembradas as brincadeiras de rua, a utilização de brinquedos, capoeira e o ciclismo. Portanto, percebemos que há na comunidade uma grande diversidade de manifestações da Cultura de Movimento, sendo destacadas as manifestações tradicionais afro-brasileiras que preservam e valorizam a cultura local. Além disso, estas manifestações estão fortemente presentes na escola, pois são encontradas nos tempos livres, nos recreios, nos projetos desenvolvidos pela instituição e, também, por meio das intervenções feitas pelo PIBID/Educação Física que propicia aos alunos vivências diferenciadas sobre a capoeira.

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